Diretora administrativa: Rosane Michels
Quinta-feira, 10 de Julho de 2025
Pagina inicial Utimas notícias Expediente High Society Galeria Fale conosco
juba outra
João Arruda, Comendador sob encomenda
Data:11/04/2024 - Hora:22h34

O choque cultural é muito grande. De repente chegou gente de todos os cantos do Brasil. O viver poconeano foi sacudido. A natureza sentiu; sentiu muito e o rio Bento Gomes perdeu suas águas limpas para o agrotóxico arrastado pelas enchentes e para o mercúrio do garimpo. Única por seu modo de ser, viver e ser feliz, Poconé está sob ameaça e precisa de voz, texto, música e movimento para manter altivo seu coração acolhedor em meio à miscigenação cultural e econômica. Por sorte o município conta com a Academia Lítero-Cultural Pantaneira (Acadepan) que mantém acesa a mais pura chama do saber e da defesa de Poconé, e essa entidade acaba de revestir entre seus Comendadores Honoríficos,o jornalista, geógrafo e paladino da universalidade pantaneira, João Benedito Alves de Arruda, cacerense de primeiro choro e poconeano de ancestralidade.    

 Parabéns Acadepan. Sua diretoria tendo à frente o presidente Imortal Luís Antônio de Oliveira Cunha secretariado pela Imortal Natalice Soares da Silva ao homenagear João Arruda e na mesma solenidade prestar idêntico reconhecimento a Rosangela Aparecida Campos de Oliveira, Edmilson Maciel Barbosa, Benedito Donizete de Morais (Pescuma), Claudio Ferreira (Claudinho) e Henrique Martins de Oliveira Neto entregou a cada um deles a Bandeira da Acadepan, para que todos a façam tremular por onde quer que andem, e sobretudo nos locais onde a cultura, a tradição e o estilo de vida poconeanos estiverem sob algum tipo de ameaça direta e indireta.  Sou admirador do texto de João Arruda - agora Comendador pela Acadepan. Avalio que suas linhas nascem de sua têmpera de pantaneiro trabalhador, dedicado, honrado e apaixonado por sua região. Ao vê-lo Comendador antevejo sua voz se elevando pela terra de Beripoconé, que se estende do Alto ao Baixo Pantanal dividindo as águas do Paraguai e do Cuiabá, que acabam se juntando para dar mais vida ainda ao Pantanal.      

Poconé é uma cidade especial capaz de reunir Mouros e Cristãos, anualmente encenando - sob o sol que é quase tão quente quanto o coração poconeano – uma batalha inspirada em torneios de lutas medievais portuguesas. 

Somente uma cidade habitada por um povo com a sensibilidade do poconeano respeita e valoriza a grande raça equina brasileira, o Cavalo Pantaneiro, que é o melhor animal de serviço para a região, por suas peculiaridades: casco resistente ao ‘minhoqueiro’ – irregularidade no terreno causado pelo pisoteio bovino durante as águas altas e que se torna visível na estiagem; e sua capacidade em ‘pescar’ capim no fundo do leito dos corixos. O Pantaneiro é uma paixão em Poconé, onde a sabedoria popular criou o bordão: Cavalo Pantaneiro; quem não tem compra, pede emprestado, aluga ou rouba, mas não fica sem.    

A Cavalhada, o Cavalo Pantaneiro e o conjunto das tradições poconeanas sofrem ameaças. Quero ver João Arruda defendê-los em nome da Acadepan e sei que ele o fará com seu linguajar pantaneiro cantarolado que é quase um dialeto.     

Transpantaneira. Esta rodovia seria parte do primeiro modal rodo-hidro-ferroviário do Centro-Oeste, mas somente avançou 147 km pelo município de Poconé chegando à margem direita do rio Cuiabá.     

Pelo caminho dezenas de pontes pequenas e médias sobre corixos e rios mostram a dificuldade para sua construção. A obra foi cumprida na parte remanescente mato-grossense após a divisão territorial para a criação de Mato Grosso do Sul, instalado em 1979, mas não foi executada no trecho no vizinho Estado.   

No primeiro momento a meta com a Transpantaneira era a criação do multimodal pioneiro de transporte no Brasil interior, com três matrizes: ferroviária, da capital de São Paulo a Corumbá (MS); hidroviária, de Corumbá a Porto Jofre, no Baixo Pantanal, pelos rios Paraguai e seu afluente Cuiabá; e rodoviária, de Poconé a Cuiabá. Num segundo passo a ligação rodoviária se estenderia de Porto Jofre a Corumbá sendo alternativa para o transporte fluvial no trajeto.     

O plano da construção era parte do Programa de Integração Nacional idealizado pelo governo militar instalado em 1964. Porém, por falta de visão do governo federal - financiador do projeto - Brasília o inviabilizou.    

Transpantaneira é a MT-060 entre Poconé e Porto Jofre, rodovia construída sobre aterro e que cruza incontáveis corixos. Nesse trajeto ela é Estrada-Parque e recebeu a denominação de Rodovia José Vicente Dorileo - Zelito Dorileo, por uma lei de autoria do deputado Paulo Moura sancionada em 21 de janeiro de 1999 pelo governador Dante de Oliveira.        

A construção da Transpantaneira começou em 5 de setembro de 1972 quando Mato Grosso era governado por José Fragelli. A obra foi executada pela Companhia de Desenvolvimento de Mato Grosso (Codemat), uma estatal presidida por Gabriel Müller e que mais tarde foi extinta. Trabalharam sob a liderança de Gabriel Müller os engenheiros Enzo Perri, Hilton Campos (foi deputado estadual e prefeito de Juína), Kikuo Ninomiya Miguel (foi deputado estadual) e outros. Em 1974, o governo federal inaugurou a ligação asfáltica de Cuiabá a Campo Grande (BR-163) e Goiânia (BR-364) via Rondonópolis. Paralelamente a isso, a Transpantaneira foi concluída, mas perdeu importância pela natural opção pelo transporte rodoviário nas rodovias federais recém-construídas. Ou seja, o Milagre Brasileiro aconteceu parcialmente no Pantanal Ao contrário das rodovias brasileiras, nas margens das quais surgem vilas e cidades, a Transpantaneira cruza uma área de grande vazio demográfico, por conta de seu mosaico fundiário formado por grandes fazendas voltadas à pecuária, que geram poucos empregos da porteira para dentro. Não há uma vila sequer em seu trajeto.  Poconé não pediu a Transpantaneira, mas seus prós e contra refletem na sua maneira de ser. A sensibilidade jornalística de João Arruda será importante para mostrar ao mundo o que aquela grande cunha rodoviária faz ao povo poconeano e alertar por mudanças que contribuam para o equilíbrio entre os talhamares e sabiás com os turistas, entre as antas e as seriemas com o trânsito, entre os carandás e os pequizeiros com o garimpo do ouro, entre a paz e a vida com a ganância empresarial. 

Além do desequilíbrio ambiental no Pantanal em Poconé, pela adoção de práticas e de tratos culturais alheios àquela região, a mesma ainda sobre agressão com o agrotóxico arrastado pelas águas, das partes altas em seu entorno e mecanizadas para o cultivo da soja, milho, algodão e cana. Poconé não pode permanecer calada. Vozes precisam se fazer ouvir mundo afora contra a transformação do Pantanal numa caixa de esgoto dos agroquímicos. Quero João Arruda bradando contra esse crime recorrente.   

Conciliar o viver poconeano que inclui a pecuária extensiva, a pesca e as manifestações culturais com o mundo exterior é uma missão difícil pelos interesses em jogo. Nesse mosaico é importante a ação da Acadepan ao lado da prefeitura, Câmara Municipal, entidades representativas patronais e laborais e as correntes religiosas. Há um mundo sob ameaça e sofrendo agressões. Seu nome é Poconé e ele clama por sua defesa. Agora o quequeesse, xomano João Arruda, Poconé conta com você e a Acadepan, também.




fonte: Por Eduardo Gomes



rotary anuncie AREEIRA
»     COMENTÁRIOS


»     Comentar


Nome
Email (seu email não será exposto)
Cidade
 
(Máximo 1200 caracteres)
Codigo
 
Publidicade
Multivida
zoom
Vacina 2
High Society
Nesta quinta-feira (26), quem troca de idade, com elegância e bom humor de sempre é o advogado Luís Mário Castrillon Mendes Araújo! Figura querida no meio jurídico e também entre amigos, Luís Mário coleciona bons argumentos, boas histórias e bons momentos — e que venham muitos mais! A ele, desejamos saúde, conquistas e que essa nova volta ao sol seja repleta de motivos para brindar. Feliz aniversário! Flores multicoloridas a querida Andrea Carla, que celebrou idade nova cercada pelo amor e carinho dos familiares e rol de amigos. Que Deus em sua infinita bondade lhe presenteie com um ano repleto de saúde e alegrias. Receba nossos Parabéns! Comemorou data nova a querida Mareni Gomes da Silva, uma mulher que une graciosidade, generosidade e um coração voltado ao bem. Sempre envolvida nas causas sociais e atuante no Grupo Amigos para o Bem, Mareni é daquelas pessoas que fazem a diferença. Que o novo ciclo traga ainda mais luz, saúde e alegrias para essa alma linda que tanto serve ao próximo.
Ultimas notícias
Exediente
Versão impressa
High Society
Fale conosco
VARIEDADES
POLÍTICA
POLÍCIA
OPINIÃO
ESPORTES
EDITORIAL
ECONOMIA
CIDADE
ARTIGO
Jornal Correio Cacerense 2015
Copyright © Todos direitos reservados