Raposas no Galinheiro
Data:27/05/2015 - Hora:07h04
Fulano de tal, aquele tipo mais liso que baba de quiabo, capaz de consertar relógio com luva de boxe no fundo do mar, que não dá nó em pingo d’água porque ele não chega a cair, que sobe em parede de azulejo com tamanco ensaboado, enfim, o malandro nota 10, safado e tal e coisa, de repente ganhou a eleição pra vereador, depois de jogar saliva na memória fraca de milhares de eleitores naquela cidadezinha de pouco mais de 30 mil eleitores. Comprou um terno num brechó, sapato bico-fino e virou autoridade, legislador, mesmo com seu terceiro ano de escola primária, feito nas coxas, era agora, o senhor vereador, decorando algumas palavras, como por exemplo, “senhores pares, pela ordem, ouvido o douto plenário na forma regimental”,êta trem de belezura! Como estamos no Brasil, país da Mãe Joana, não duvidem se daqui há alguns anos, o tal fulano chegar a deputado estadual, oxalá federal e quiçá senador a reboque de suplência do titular escolhido para algum ministério na cota dos arranjos do governo, tudo é possível na terra da bagunça política eleitoreira vigente. Estão agora falando em reforma política e os cambaus, projeto que será votado pelos mesmos políticos, trocando em miúdos, raposas, tomando conta do galinheiro, não é preciso ser um sociólogo em análise para concluir o frigir dos ovos. Com certeza, vão cortar de quase todos os lados, deixando o miolo do abacaxi com sementes de mordomias frutificando a salada deles, intacta, pois lá estão desde o foro privilegiado às demais benesses e mordomias, doçuras da Corte, azedando a gestão pública. Buscamos nas sábias palavras de um jurista, um comparativo entre a suja e porca política tupiniquim, com a adotada em países decentes como a Suécia, só pra exemplificar. Ilustra bem o jurista Lidson José Tomass, Procurador Público do Município de Curitiba; Mestre em Direito Público pela UFPR, Especialista em Direito Processual Civil; professor de Direito Administrativo na PUC-PR e Presidente da Associação dos Procuradores do Município de Curitiba e membro eleito no Conselho Superior da Procuradoria do Município de Curitiba, o diferencial entre a política perdulária do nosso patropi e a sueca. Lá os políticos com mandato, não tem exércitos de funcionários públicos ao seu dispor pessoal, como no Brasil, de uma cultura ainda meio semi-escravocrata, onde apenas se sofisticaram os meios de manter o status quo e privilégios de classe. Enquanto na Suécia se respeita patrimônio público, a política no Brasil, ainda divide a sociedade entre abastados coronéis da política e o povo que lhes serve. Permanece uma aristocracia de sobrenomes importantes em detrimento da participação popular no poder. No Brasil há um exagero, uma violência contra os bens públicos, o dinheiro, via impostos. Ratificando o que já publicamos: auxílio para correspondência; gasolina; viagem; celular; cartão de crédito; veículos; motoristas; paletó; residências oficiais caras ou auxílio moradia; planos de saúde especiais bem melhores do que o sistema público de saúde; dezenas de assessores e secretários pessoais; guarda pessoal; direito de indicar dezenas, centenas, por vezes milhares de cargos comissionados e sem concurso público; acumulação de várias aposentadorias altíssimas, e etc. etc. A lista dos abusos não tem fim, e sempre recebe acréscimos, havendo salários indiretos e em excesso. Uma reforma política decente, deveria exigir que estes perdulários empregados do povo, pagassem suas despesas pessoais com o seu salário, assim como nos fazemos. Ou se rasgue o artigo 1º da Constituição Vigente, onde se diz claramente, que “todos são iguais perante a lei, revogadas as disposições em contrário.” Pois é, Doutor Lidson, futuramente, o tal gravatinha vereador, num salto a Câmara Federal, poderá sabatiná-lo, numa indicação a algum tribunal, convenhamos, o cumulo do democretino sistema tupiniquim.
fonte: Da Redação
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