Artistas por Acaso
Data:22/05/2015 - Hora:07h28
Já dizia o escritor, intelectual, governante e aventureiro francês André Malraux, que a cultura, sob todas as formas de arte, de amor e de pensamento, através dos séculos, capacitou o homem a ser menos escravizado, e diante de uma civilização em pleno século XXI relegando a cultura a segundo plano, somos forçados a admitir que infelizmente, continuamos sob os grilhões da escravatura política que aplica o mínimo neste setor. Veja o leitor, hoje os coadjuvantes que ficam encastelados no alto escalão do governo, (leia-se Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer – MT) se reúnem em Cáceres com produtores culturais, artistas, prefeitos e lideranças. Na pauta, o tal CPF da cultura, sigla abrange o Conselho Estadual de Cultura, o Plano Estadual de Cultura e o Fundo Estadual de Fomento à Cultura. Curioso que raramente a gente ouve falar em conselho, plano ou fundo DCE culturas, pelo menos aqui em Cáceres e como pouco ou quase nada adianta a participação virtual nos tais ponto gov ponto br, vamos direto ao assunto no pé do ouvido do senhor secretário Leandro Carvalho. Pois bem senhor secretário, com exceção do festival de pesca de Cáceres, que já foi o maior do planeta e perdeu para Carlópolis, praticamente a cidade vive 11 meses e 3 semanas sem saber o que é cultura, daí com base em Malraux, nos auto-taxarmos de escravos da contracultura. Tivemos o caso de um artista plástico cacerense, de renome internacional, que para uma vernissage no Louvre, precisou de apoio do poder público de Pontes e Lacerda; de violeiros de cocho e grupos de siriri e cururu, perdidos em comunidades, sem eventos para participar, esquecidos até mesmo da grade do FIPe e o etcétera. Pois bem há oito anos que estamos em Cáceres, nunca soubemos de um festival de teatro, de musica popular, de um varal de poesias, e pensar que os Direitos Culturais, além de previstos na Declaração Universal de Direitos Humanos (1948), no Brasil encontram-se devidamente normatizados na Constituição Federal de 1988 devido à sua relevância como fator de singularizarão da pessoa humana. Então, SMJ, estamos alijados destes direitos e não teríamos igualmente, direito de reclamar da exclusão do município no FamPress, haja vista que o descaso com a cultura local, compromete a política turística, restrita à pesca. Nem vamos para o lado pessoal da formação musical de 30 anos como compositor, sem o mínimo de apoio cultural local, o que fazemos é por amor à cidade que nos adotou há 8 anos. Estamos sim, mostrando o lado obscuro da realidade, pois se a
cultura reflete o modo de vida de uma sociedade, além de interferir em seu modo de pensar e agir, sendo fator de fortalecimento da identidade de um povo e indubitavelmente de desenvolvimento humano, nossas autoridades precisam repensar a política de cultura, para sair do subdesenvolvimento. Como otimista que somos, esperamos sim, que do encontro desta sexta feira e outros que esperamos virão, quiçá, algo de bom aconteça, para resgatar a rica cultura pantaneira de Cáceres, com o devido respeito dos poderes constituídos aos artistas da terra. Não seria demais, relembrar o Art. 215 da Carta Magna vigente, “O Estado garantirá a todos o pleno exercício dos direitos culturais e acesso às fontes da cultura nacional, e apoiará e incentivará a valorização e a difusão das manifestações culturais,” Bom Dia!
fonte: Da Redação
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