Raiz do Abacaxi
Data:08/10/2021 - Hora:09h29
Reprodução Web
Passam dias, semanas, meses e pra quem depende do petróleo, praticamente todos nós, haja vista ser o "Caro" amigo e seus derivados, o carro-chefe das mazelas do capitalismo, na explosão da bomba do posto aos consumidores, nunca sair da atualidade. Não por acaso nosso colega jornalista do Tijolaço Fernando Brito, afirma ser o dito cujo petróleo e seus agregados, um cobertor curto que deixa fora, descoberto, os pés da inflação. Na essência, in-natura, até que o preço na raiz deste abacaxi conhecido combustível, nem é tão caro assim. Segundo relatórios da Secretaria de Petróleo, Gás-natural e Biocombustíveis do Ministério de Minas e Energias, o valor de produção nas refinarias, representa em média, 34% do preço final dos combustíveis. Os reajustes rotineiros dos últimos tempos, se devem ao preço do barril de petróleo no mercado internacional, tudo na base do dólar e suas consequências em países de cambio frágil, como o nosso desvalorizado real. Pra exemplificar, 66% restante da bomba no nosso bolso, são impostos e penduricalhos. Só de ICMS são de 26 a 30% dependendo da UF (Estado); de tributos federais são mais 16% e pra fechar a tampa do caixão, entra o percentual do revendedor, a bomba final. Com a justa grita de caminhoneiros, taxistas, enfim, de todos nós reféns dos aumentos inflamáveis, os chefões economeses do poder, tiram o seu da reta, tapam a Raiz do Abacaxi nas mãos dos governadores, com a desculpa do ICMS no preço final, ledo engano. Como já mencionado supra, o preço originário do petróleo, sai da refinaria, da política de paridade dos preços de importação, senão vejamos: de abril de 2020 a agosto desse ano, o litro do petróleo na refinaria, passou de R$ 0,97 para R$ 2,78. Por seu lado, a alíquota do ICMS no mesmo período, não sofreu reajuste, mantendo percentual. Então, amigos, o gosto amargo deste abacaxi vem de sua raiz. Importante também destacar que o valor do ICMS é uma das principais fontes de recursos dos governos estaduais, para manter a segurança, a educação e a saúde públicas, dentre outros gastos mensais. Frise-se que por força de Lei, art. 158 da Constituição Federal vigente, 25% deste imposto arrecadado pelo governo estadual é repassado aos municípios e deste percentual, 20% devem ser investidos na educação, via Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da educação básica e valorização dos profissionais da educação (Fundeb). Só pra concluir, a esdrúxula sugestão do poder central aos governadores para suspender o ICMS nos combustíveis como forma de reduzir os preços, nem merece comentários, devido ser imoral, além de injusta. Parafraseando comentário do governador Mauro Mendes, uma saída honrosa diante de tais circunstâncias, seria a reforma tributária, com diálogo envolvendo os governadores na discussão do problema. In-fine: Sugerir que o inquilino do andar inferior descasque o abacaxi é jogar o problema aos que não deram origem ao seu amargo gosto. Enquanto a tal Reforma Tributária não sai do papel, buscar culpados sem culpa, não justifica eventual solução. Se algum topetudo do andar de cima repetir que nossa economia está bombando, a melhor resposta é: Não encha! Especialmente o tanque, pois vai faltar grana pro leite das crianças.
fonte: Da Redação
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