Dia a dia das Crianças
Data:12/10/2019 - Hora:08h04
Reprodução Web
Num dia 12 de outubro, passados 96 anos, portanto em 1923, na então capital federal do patropi, Rio de Janeiro, um evento reuniu estudiosos de infância e políticos de vários países, durante o Congresso Sul-Americano da Criança, cuja pauta discutia questões educacionais, alimentares e de desenvolvimento. Pouca diferença das vazias audiencias públicas da segunda década deste século XXI. No ano seguinte, o recém-eleito deputado federal Galdino do Valle Filho, propôs uma lei instituindo, o 12 de outubro, Dia das Crianças no Brasil e em 5 de novembro de 1924, o então presidente da República Arthur Bernardes sancionou o Decreto 4.867, instituindo em seu artigo único, que 12 de outubro passaria daí por diante em todo o território nacional, a ser o Dia da festa da criança, revogadas as disposições em contrário, correto? Negativo, a data custou a pegar, não havia feriado e o comércio não atentava para ela, até que em 1940, o então presidente Getúlio Vargas criou um novo decreto, que rezava em seu artigo 17 VI, que seria comemorado em todo o País, a 25 de março de cada ano, o Dia da Criança, cuja data não saiu do papel e continuou mesmo o dia 12 de outubro, como data oficial dos baixinhos, que só colou nos anos 1950, quando uma intensa campanha de marketing criou, de fato, o Dia das Crianças no Brasil, mantendo o 12 de outubro e claro, abrindo o campo para a exploração comercial da data. Pela importancia do dia, alusivo aos adultos futuros, as contradições são explícitas, pois enquanto pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em todas as capitais em 2018 o consumo varejista da data movimentou cerca de R$ 9,4 bilhões, dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) no mesmo ano, apontou que o país tinha quase 2 milhões de crianças de 4 a 17 anos fora da escola e dados oficiais do IBGE assinalavam 1,8 milhão de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos em situação de exploração pelo trabalho. Nada contra comemorar a data, comprar e dar presentes, afinal, já dizia o sábio Oscar Wilde, que a melhor maneira de tornar as crianças boas, é torná-las felizes e um presente sempre faz um infante feliz, o que a gente contesta é o diferencial da realidade perversa para crianças e jovens no Brasil. Senão vejamos, dados do IBGE de 2018 mostravam que 12,5% da população brasileira de 0 a 14 anos vivia na extrema pobreza e 43,4% na pobreza. Em números absolutos, 5,2 milhões de brasileiros de 0 a 14 anos na extrema pobreza, o equivalente a quase toda a população da Dinamarca e pouco mais do que os habitantes do Chile. Diante da triste realidade, embaçada nas promoções comerciais, fakes dos poderosos, babys de portpholios virtuais, atentemo-nos para a real importância desta data, quando tambem comemoramos o da nossa padroeira. Que este sábado 12 de outubro, seja de reflexão, para que possamos em familia, cuidar de nossas crianças e como cidadão, cobrar dos governantes, especial atenção para as crianças que necessitam do minimo de atenção, para sobreviver com apoio do setor público, pelo qual, pagamos pesado ônus diário via-impostos.
fonte: Da Redação
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