Três ações de Jesus
Data:24/11/2018 - Hora:09h23
Debrucemo-nos sobre três ações que Jesus realiza no Evangelho. A primeira: em pleno dia, deixa… deixa a multidão na hora do sucesso, quando era aclamado por ter multiplicado os pães. E os discípulos queriam gozar do triunfo, mas Jesus obrigou-os imediatamente a partir, enquanto Ele despede a multidão (cf. Mt 14, 22-23). Procurado pelo povo, retira-se sozinho; quando tudo se apresentava «em descida», Ele sobe ao monte para rezar. Depois, no coração da noite, desce do monte e vai ter com os seus, caminhando sobre as águas agitadas pelo vento. Em tudo isto, Jesus vai contracorrente: primeiro deixa o sucesso, depois a tranquilidade. Ensina-nos a coragem de deixar: deixar o sucesso que ensoberbece o coração, e a tranquilidade que adormece a alma. Para ir… aonde? A Deus, rezando, e a quem tem necessidade, amando. São os verdadeiros tesouros da vida: Deus e o próximo. Subir até Deus e descer até aos irmãos: eis a rota indicada por Jesus. Subtrai-nos, assim, à tendência de nos apascentarmos calmamente nas cômodas planícies da vida, de deixar correr ociosamente a vida por entre as pequenas satisfações do dia-a-dia. Os discípulos de Jesus não estão feitos para a previsível tranquilidade duma vida normal. Como o Senhor Jesus, vivem o seu caminho, leves, prontos a deixar as glórias do momento, atentos a não se apegar aos bens que passam. A segunda ação: em plena noite, Jesus encoraja. Vai ter com os Seus, submersos na escuridão, caminhando «sobre o mar» (Mt 14, 25). Na realidade, tratava-se de um lago; mas naquele tempo o mar, com a profundidade dos seus abismos tenebrosos, evocava as forças do mal. Por outras palavras, Jesus vai ao encontro dos seus, calcando os inimigos malignos do homem. Tal é o significado deste sinal: não uma manifestação celebrativa de força, mas a revelação, que nos é feita, da certeza tranquilizadora de que Jesus, só Ele, Jesus, vence os nossos grandes inimigos: o diabo, o pecado, a morte, o medo, o mundanismo. Hoje, Ele diz também a nós: «Tranquilizai-vos! Sou Eu! Não temais!» (14, 27).
A barca da nossa vida vê-se, frequentemente, balanceada pelas ondas e sacudida pelos ventos; e, se as águas por vezes estão calmas, não tardam a agitar-se. Então irritamo-nos com as tempestades do momento, como se fossem os nossos únicos problemas. Mas o problema não é a tempestade presente, mas o modo como navegar na vida. O segredo de bem navegar é convidar Jesus a subir para bordo. O leme da vida deve ser dado a Ele, para que seja Jesus a traçar a rota. E a terceira ação de Jesus: no meio da tempestade, estende a mão (cf. 14, 31). Agarra Pedro que, assustado, duvidara e, afundando, gritou: «Salva-me, Senhor!» (14, 30). Podemos colocar-nos no lugar de Pedro: somos pessoas de pouca fé e estamos aqui a mendigar a salvação. Somos pobres de vida verdadeira, e serve-nos a mão estendida do Senhor que nos tire fora do mal. Por isso é importante, para todos nós, viver a fé em contacto com os necessitados. Não é uma opção sociológica, não é a moda dum pontificado, mas exigência teológica. É reconhecer-se mendigos de salvação, irmãos e irmãs de todos, mas especialmente dos pobres, prediletos do Senhor. Assim bebemos do espírito do Evangelho: «o espírito de pobreza e de caridade – diz o Concílio – são a glória e o testemunho da Igreja de Cristo» ***___w2.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2018/documents/papa-francesco_2018
fonte: w2.vatican.va/content/francesco/pt/homilies/2018/documents/papa-francesco_2018
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