Questão de Consciência
Data:24/11/2018 - Hora:09h20
Reprodução Web
“Primeiro levaram os negros/Mas não me importei com isso/Eu não era negro./Em seguida levaram alguns operários/Mas não me importei com isso/Eu também não era operário./Depois prenderam os miseráveis/Mas não me importei com isso/Porque eu não sou miserável./Depois agarraram uns desempregados/Mas como tenho meu emprego/Também não me importei./Agora estão me levando./Mas já é tarde./Como eu não me importei com ninguém/Ninguém se importa comigo.” (Bertold Brecht). Escolhemos este belo introito do dramaturgo, romancista e poeta alemão, natural de Augsburg, na Baviera, Deustech, como pano de fundo neste black-week inconsciente para muitos que negando a ancestralidade, curtiu o 20 de novembro apenas como sequencial de um feriadão que começou com uma farsa de proclamação da república. Acendendo uma luz nas trevas de arianos racistas dissimulados, notáveis do Instituto Federal de Mato Grosso de Pontes e Lacerda-Fronteira Oeste, explanou com sapiência, o tema na 11ª Semana da Consciência Negra, aberta quinta feira, com encerramento neste sábado, debatendo: Da Libertação à Liberdade: Constituição Cidadã e as Relações Étnico-Raciais, refletindo sobre os processos históricos sociais, cultura e identidade, cidadania e justiça social que dizem respeito não apenas à população negra, mas a brasileira como um todo. Muito oportuna a sinopse elaborada e abrangente, pois não importa os olhos azuis, o cabelo loiro e a pele branca, quando se é e aceita ser escravo, curvando-se ao Senhor alvo, negando a própria raça, que voltando as origens, às células dos genes herdados de pais e antepassados, revelam ser a nossa raiz, africana. Negativo, as falacias que dividem as raças e tons de pele ao clima, ambiente, alimentação, dentre outros fatores, provado está que a vida humana surgiu na África, migrou para a Europa e Ásia. A migração para estes locais distantes, com o tempo, provocou algumas alterações nas características do homem como na cor da pele, cabelos, forma do crânio, face, altura e outras, como adaptação às necessidades de ambiente, temperatura, relevo e alimentação disponível. Entretanto, o surgimento de tipos físicos como os caucasianos ou asiáticos de olhos puxados e face plana, fenômeno biológico recente ocorrido apenas depois que o homem espalhou-se praticamente por toda a Terra, há digamos 10 mil anos atrás, não elimina a raiz, somos sim, todos de origem negra, apesar da insignificância da cor da pele. A Consciência Negra, deveria servir de exemplo à Inconsciência Incolor de escravos similares, que genéricos, negam sua própria origem, como filho do mesmo Deus, Criador. Só pra concluir, amigo racista, indigno de questionar etnia, pra seu governo, a genética não consegue identificar no laboratório a que raça pertence um determinado indivíduo, pois não existe um perfil genético específico para o que um dia se conveniou que seria raça a partir da cor da pele. Raça vem da alma, do caráter, da luta contra os eternos exploradores do semelhante, alcateia de gravatas, sanguessugas, que assim agem diante da inconsciência das vitimas. In-fine: quem no presente nega seu passado, constrói um futuro sombrio, para si e os seus, pense nisso e tenha a simplicidade de se espelhar nos exemplos dos que lutam contra a opressão, ou será tarde, pois se você não se importar com ninguém, ninguém se importará contigo, lembrou de Brecht?
fonte: Da Redação
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