Mato Grosso deverá ficar sem 132 médicos cubanos
Data:23/11/2018 - Hora:09h44
Congresso em Foco
Dos 258 profissionais que atuam em Mato Grosso pelo programa Mais Médicos, criado há cinco anos pelo governo federal, 132 são cubanos e devem deixar o país após Cuba desistir de fazer parte do programa, ao alegar ameaças feitas pelo presidente eleito Jair Bolsonaro aos estrangeiros. O número de cubanos representa mais de 50% do total de médicos do programa no estado.
A coordenadora de Atenção Primária da Secretaria Estadual de Saúde (SES), Regina Paula de Oliveira Amorim Costa, a decisão anunciada pelo governo de Cuba é grave para Mato Grosso e no Diário Oficial da União da terça-feira (20) saiu o edital com 132 vagas para o programa Mais Médicos em Mato Grosso, 3 dos quais, para atender em Cáceres.
"A saída desses profissionais é algo realmente grave para o estado, pois cerca de 1/3 da cobertura da atenção primária é feita pelos médicos do programa e com a saída deles teria diminuição rápida da atenção primária, que é a porta do SUS. É um grande problema para a saúde pública do estado e do país todo", declarou.
Atualmente, segundo a coordenadora, os médicos do programa atendem em 102 municípios mato-grossenses e, destes, 55 têm médicos cubanos. Com mais de 100 municípios beneficiados, Mato Grosso corresponde a quase 10% do total de municípios brasileiros atendidos pelo programa. Ao todo, são 1.100 municípios atendidos pelo programa.
Entre outros benefícios do programa Mais Médicos, Regina Amorim cita o avanço no atendimento aos indígenas. Os médicos cubanos atendem a população indígena em cinco Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs). São 35 profissionais distribuídos nas unidades de saúde dos DSEIs do Araguaia (5); de Cuiabá (11); Kayapó (4); Xavante (9) e Xingu (6).
Em agosto, ainda em campanha, Bolsonaro declarou que ele "expulsaria" os médicos cubanos do Brasil com base no exame de revalidação de diploma de médicos formados no exterior, o Revalida. A promessa também estava em seu plano de governo. No comunicado emitido anteontem, 21,, o governo cubano disse que o Ministério da Saúde Pública de Cuba tomou a decisão de não continuar participando do Programa Mais Médicos e que comunicou à diretora da Organização Pan-Americana de Saúde [Opas] e aos líderes políticos brasileiros que fundaram e defenderam a iniciativa.
fonte: G-1/MT com Redação
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