Deputado Geller saiu na foto do homem da mala
Data:12/11/2018 - Hora:08h40
Alair Ribeiro
A prisão do deputado federal eleito Neri Geller (PP) pela Polícia Federal na manhã de ontem pode ter sido motivada por fatos revelados pela reportagem da Veja em maio deste ano. O veículo divulgou uma foto de Geller ao lado Florisvaldo Oliveira, responsável pela entrega de propinas da JBS a políticos, registrada em 3 de novembro de 2014, quando Geller teria recebido R$ 250 mil ainda no posto de ministro da Agricultura.
O dinheiro foi entregue na sede do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e a foto, segundo Florivaldo em colaboração premiada, registrada pela assessoria do próprio ministro.
Ao fazer a delação, Oliveira anexou o e-mail em que recebeu as fotos da assessoria de Geller.
Neri Geller foi preso na manhã da sexta-feira (9) em razão da “Operação Capitu”. Além dele, foram alvos da Polícia Federal, o vice-governador de Minas Gerais, Antonio Andrade (MDB), os executivos da JBS, Joesley Batista, Ricardo Saud e Demilton de Castro, e ainda o deputado estadual mineiro João Magalhães. O mato-grossense Rodrigo Figueiredo, ex-secretário de Defesa Agropecuária do Mapa, também foi preso.
As prisões são resultado de inquérito policial instaurado em maio deste ano pela Policia Federal, baseado em declarações prestadas por Lúcio Funaro, sobre supostos pagamentos de propina a servidores públicos e agentes políticos que atuavam direta ou indiretamente no MAPA em 2014 e 2015. A Polícia Federal apurou a atuação de uma organização criminosa na Câmara dos Deputados e no MAPA, integrada por empresários e executivos de um grande grupo empresarial do ramo de processamento de proteína animal.
As propinas eram negociadas, geralmente, com um Deputado Federal e entregues aos agentes políticos e servidores do MAPA pelo operador Funaro. Entre os atos de ofício praticados pelos servidores do MAPA destacam-se a expedição de atos normativos, determinando a regulamentação da exportação de despojos; a proibição do uso da ivermectina de longa duração; e a federalização das inspeções de frigoríficos.
Durante as apurações, houve clara comprovação de que empresários e funcionários do grupo investigado – inicialmente atuando em colaboração premiada com a PF – teriam praticado atos de obstrução de justiça, prejudicando a instrução criminal, com o objetivo de desviar a PF da linha de apuração adequada ao correto esclarecimento dos fatos.
fonte: Agencia Estado
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