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Judas nos anos 50
Data:31/10/2018 - Hora:10h21

A infidelidade disseminada nos partidos políticos brasileiros, às vésperas de eleições, traz à memória a campanha presidencial de Cristiano Machado, em 1950. Ela foi marcada pela traição de correligionários do candidato do Partido Social Democrático (PSD) a presidente da República. Ali começava a longa história da expressão muito usada por analistas políticos até hoje: a “cristianização”.

Na corrida eleitoral com o forte adversário Getúlio Vargas, Cristiano Machado se viu abandonado por políticos do próprio partido. Eles se aliaram ao ex-presidente por ter uma candidatura mais viável. Mineiro de Sabará, ex-prefeito de Belo Horizonte e ex-deputado federal, Cristiano recebeu apoio formal do PSD, mas na prática foi trocado pela popular candidatura de Vargas na legenda do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB). Na época, o grande embate político era do PTB, aliado do Partido Social Progressista (PSP), com a União Democrática Nacional (UDN). O PSP, de Ademar de Barros e com forte base eleitoral em São Paulo, lançou Café Filho na chapa de Getúlio. Já os udenistas lançaram à Presidência a chapa encabeçada pelo brigadeiro Eduardo Gomes e Odilon Braga de vice.

Em 3 de outubro de 1950, o país foi às urnas escolher o presidente da República. E Getúlio Vargas voltou ao Palácio do Catete, depois de ficar no poder de 1930 a 1945, sendo que no último período, a partir de 1937, sob a ditadura do Estado Novo. De maneira extra-oficial, muitos políticos do PSD e outros aliados de Cristiano apoiaram em peso Vargas, trabalhando para sua reeleição, com o objetivo de serem recompensados com participação no governo depois da vitória. O processo de esvaziamento eleitoral da candidatura do PSD passou a ser conhecido no jargão político como "cristianização".

E o resultado do acordo Vargas-Ademar, aliado à “cristianização” imposta pelo PSD ao seu candidato, não poderia ser melhor para o getulismo. Segundo informações do Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC) da Fundação Getúlio Vargas, o candidato do PTB obteve quase maioria absoluta dos 8.254.989 eleitores que compareceram às urnas. Vargas recebeu 3.849.040 votos (48,7%), seguido bem abaixo por Eduardo Gomes, com 2.342.384 votos (29,6%). Já Cristiano Machado teve um fraco desempenho: 1.697.193 votos (21,5%). O PSD, legenda pela qual se elegera Eurico Gaspar Dutra presidente em 1945, ficava num distante terceiro lugar. O socialista João Mangabeira, por sua vez, chegou em quarto lugar, obtendo votação simbólica, de 9.466 votos. Os votos nulos totalizaram 145.473, enquanto 211.433 eleitores votaram em branco.

Nos anos 80, o processo de "cristianização" foi protagonista de duas outras eleições presidenciais. Primeiro, na escolha de Tancredo Neves como presidente da República pelo Colégio Eleitoral, em 15 de janeiro de 1985. O candidato da oposição saiu vitorioso graças aos votos de dissidentes da base governista, que apoiava o deputado federal Paulo Maluf (PDS, sucessor da Arena). Depois, nas eleições diretas para presidente em 1989: o deputado federal Ulysses Guimarães, do PMDB, dono da maior bancada no Congresso e do maior tempo no horário eleitoral na TV e no rádio, viu seus correligionários migrarem para outros partidos. Diante da iminente derrota, os peemedebistas passaram a apoiar Fernando Collor (PRN), que se elegeria presidente, e Mario Covas (PSDB), entre outros candidatos. O "Senhor Diretas", como Ulysses era conhecido, terminou em sétimo lugar na disputa.

 ***___Gustavo Villela é jornalista.




fonte: Gustavo Villela é jornalista



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