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Cáceres fervilhante dos anos 60 do século XX seguia seu clima de rush, a galera curtia o Rock around the clock de Bill Haley and his Comet’s, Roberto Carlos mandava tudo pro inferno e no Ritmo da Chuva de Demetrius, a Catarina roncava com chumbão numa saleta do prédio na Rua general Osório, rodando o Correio Cacerense. Dos tipos moveis aos metálicos dos garfos das linotipos, calandra, páginas telhas, clichês de zinco montados em madeira, pouco mais de duas décadas se passaram, outros titulares no caminho e em 1985, assumia o comando do periódico fundado em 1961, pelo saudoso pioneiro Wilson de Campos, a polaca Orfélia Michelis, até ser chamada por Deus em janeiro de 2015, assumindo o leme sua filha Rosane. Único diário da região oeste de Mato Grosso, o Correio Cacerense aposentou as velhas e barulhentas linotipos no limiar do século XXI, adotando a moderna impressão off-set, pautando desde então suas edições através dos processos digitais. Hoje, ao comemorar seus 57 anos, jubileu lápis lazuli, ou no latim, pedra azul, (tudo a ver, com a consistência da rocha, possuidora de uma elevadíssima força espiritual), fica com a gente, aquela sensação gratificada de integrar parte desta história, por onde desfilaram profissionais gráficos, jornalistas, jornaleiros, vendedores, enfim, equipes que escreveram páginas da imprensa de Cáceres neste periódico. Alguns que fizeram escola aqui e hoje sobrevivem com seus semanários, alguns na capital Cuiabá, Gazeta, Globo, etc., outros na eternidade, todos são lembrados pela equipe remanescente que mantêm desafiando a crise, o jornalismo que ainda resiste ao advento virtual. Literalmente cumprimos nosso papel, na filosofia ética, imparcial e independente, compromissada apenas com a verdade e o direito do leitor em ter a real informação, sem fakes. Um jornal com editoração paginada consoante os padrões do jornalismo moderno: noticiário factual, (correlato quando necessário); local; regional e nacional; policia; política; economia; esportes; social; previsão do tempo; editais e atos públicos, concluindo, um porta-voz comunitário, a serviço da coletividade. Assim como outros heróis da resistência, sofremos sim, alguns percalços, como extinção de alguns editais oficiais, restringidos aos portais virtuais corporativos, porém a certeza da receptividade diária do dileto leitor, a parceria de amigos anunciantes e fiéis assinantes, nos dá força de continuar firmes, honrando a jornada iniciada em 1961 por Wilson de Campos, seguida por executivos dedicados. Claro, sem esquecer a eterna dama da imprensa cacerense, nossa eterna chefinha Dona Orfélia Michelis, cuja luta decana, legou ao município, dentre outras glórias e conquistas, este periódico, que em mais uma manhã, chega às suas mãos. Nossa gratidão à todos mais uma vez, Bom Dia!

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