Faxina nas Urnas
Data:11/10/2018 - Hora:07h21
Reprodução Web
Quando os coniventes legisladores não cuidam de moralizar a política tupiniquim, cabe ao povo cortar pela raiz (mesmo sob a iminência da erva daninha florescer futuramente) as gavinhas que infestam o nosso legislativo, impune e imune ao processo de reeleição, formando seus clãs em dinastias decanas no poder. Aqui em Mato Grosso, foram dez deputados estaduais, excluídos nas urnas do pretenso cargo em 2019, nove deles, de olho na vitaliciedade, interrompendo o ciclo histórico que dura até duas décadas. Temos casos de parlamentar na 16º legislatura, um dos tais, desde 2002, mamando 16 anos nas tetas do cargo e durma-se com um barulho destes, tem o caso de deputado que está na Assembléia Legislativa desde 1994, entre mandatos titulares e suplências. Quer mais? Vamos lá, um dos excluídos este ano nas urnas, foi eleito pela primeira em 1990 e foi líder do governo, reeleito em 1994 e 1998, prefeito de Alta Floresta e retornou em 2010, e novamente conseguiu eleição para dois mandatos seguidos. No andar de cima, lá na Câmara Federal, a faxina também foi boa e após os resultados do pleito de 2018, dos 513 deputados federais, 274 serão novos, mas ainda ficaram 239 tigrões reeleitos. No senado, que para surpresa de alguns, não é considerado poder legislativo, embora legisle, de cada quatro senadores que tentaram a reeleição em 2018, três não conseguiram, uma limpeza que muda. Das 54 vagas em disputa neste ano, 46 serão ocupadas por novos nomes, uma renovação de mais de 85%. Estas mudanças mostram aquilo que a gente vem insistindo neste espaço democrático diário com o amigo leitor, se o povo quiser, dá pra moralizar, mesmo não botando a mão no fogo pros novatos, político, a gente precisa sempre estar com um pé atrás, mas, reciclar é preciso. A gente bate na tecla do legislativo, por ser o Brasil um presidencialismo viciado de semi-parlamentarismo, que dita as normas e só bate o martelo, se o bife for filé, contrapondo-se a divisão de poderes e competências, de prefeito a presidente da república. Por exemplo, se fala muito em reforma política, em fim de reeleição, mas só pro poder executivo, o legislativo continua liberado, sem restrições a legislaturas, formando saruês, coronéis da política, com mãos de ferro, bolsos sem fundos, negociando até a alma, no dando que se recebe. A gente não pode por enquanto comemorar o termo demagogo de Renovação e sim, o de troca, porque muitos dos neófitos logo se contaminarão do vírus da mosca azul, transmitido pelos velhos e velhacos que continuam, salvar a pátria, é coisa de campanha eleitoral, então, mesmo com as mudanças, é preciso ficar atento se muda pra melhor ou pro que está, quiçá pior, aí, é esperar, os bons não trazem estrela na testa, já dizia a bisa. O poder, amigos, é algo, insinuante, sedutor, perigoso, um caminho largo, de fácil acesso, medido pelo egocentrismo, lucro fácil, conchavos, e demais efeitos colaterais nefastos ao caráter humano, daí, a necessidade de continuarmos a faxina, conscientes do nosso poder de cassar nas urnas os safardanas e selecionar novos empregados, que se na dita Casa do Povo não nos representar, daqui há 4 anos, a gente dá mais uma vassourada nos parasitas.
fonte: Da Redação
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|