Inquisição na idade Mídia
Data:19/09/2018 - Hora:08h08
Reprodução Web
Estes dias a gente estava aqui na redação discutindo sobre a entrevista de um candidato a presidente da república na TV plin-plin e mesmo quem tem décadas de jornalismo nos costados, (caso deste editor) o que se tem notado na telinha global, passa longe de ser entrevista, muito mais, pra interrogatórios, inquisição exumada da Idade Média, real, na Idade Mídia. Não é porque seja candidato X ou Y, o profissional de jornalismo que se preza ao realizar uma entrevista, deve se ater às noções básicas de oficio, esquecer sua ideologia política, manter-se coerente e jamais comungar o vicio maldito da tendenciosidade que ainda macula alguns órgãos de imprensa no patropi. Como bem asseverou o nosso colega jornalista e deputado Jean Willys, numa entrevista, o jornalista, começa fazendo uma pergunta, e não, uma longa exposição da sua opinião, porque numa entrevista, a opinião que interessa e a do entrevistado, não a do jornalista. Depois de fazer a pergunta, óbvio, o entrevistador, deixa o entrevistado responder. Se considerar que a resposta foi insuficiente, não respondeu ou incorreu em falsidade ou contradição, faz-se uma re-pergunta, ou duas, ou mais, podendo confrontar o entrevistado com informações e dados verificáveis, mas sempre, depois, deixar ele responder. A proporção do tempo de fala numa entrevista é um elemento fundamental e fica muito evidente numa revista ou jornal impresso. Peguem algum jornal e confiram: as perguntas, geralmente em negrito ou itálico, são muito mais breves que as respostas. Se essa proporção ficar invertida, isso não foi uma entrevista. E tem sido isso, que a gente vem assistindo na telinha da plin-plin, não uma entrevista, mas um debate de opinião entre dois adversários, entrevistador e entrevistado. Se o repórter tem muita vontade de debater com o candidato, então deixe o jornalismo e entre na política. Agora, se o relapso profissional de um órgão de imprensa não se arrisca a ser candidato, deve ser porque até num debate, não há tantas interrupções, ou, ele sabe que como candidato, não chegaria sequer, a último suplente. Importante não se misturar as coisas, o jornalista assim como outro qualquer cidadão, pode e deve ter sua ideologia política na vida pessoal, agora, transportar essa ideologia à vida profissional, para seguir servilmente determinações, no jornalismo imparcial, ético e sério, é inadmissível. Na real, não é o pseudo jornalista quem perde, não é o entrevistado, e sim, a liberdade do pensamento e da expressão, vilipendiada durante algumas entrevistas que assistimos nestas eleições, verdadeiras sessões de inquisição, a deixar de inveja os cruéis moldes dos inquisidores da Idade Média. Em janeiro último completamos 40 anos de jornalismo, passamos por meia dúzia de periódicos em São Paulo e no Mato Grosso, já vimos pasquins em tons de cinza, trambiques, folhetins caça-níqueis, e, bons jornais, claro, mas bombardeios tendenciosos como Inquisição na Idade Mídia, foi a primeira vez, oxalá, seja a última. Fosse ela escrita, com certeza contaminaria os embrulhos, daí nosso registro, como algo para ser esquecido, em nome da imprensa ética e responsável, como felizmente é a maioria no reino tupiniquim.
fonte: Da Redação
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