O Banquete e a Creche
Data:21/08/2018 - Hora:07h57
Reprodução Web
Na semana passada uma unidade municipal de educação infantil amanheceu com as portas fechadas na cidade de Rondonópolis, devido a falta de itens básicos para o preparo da merenda, como, amido de milho, arroz, feijão, óleo e açúcar, produtos usados no preparo da alimentação de crianças de seis meses a três anos e onze meses. E não deve ser o único caso em Mato Grosso e no patropi, cujo ralo e saco sem fundo dos governantes, sonega os repasses aos municípios, palco da fonte geradora dos impostos, o povo. Enquanto isso, nos palácios em Brasília, (Neurilan Fraga, presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, sabe do que estamos falando) o dinheiro afanado do povo, de minuto a minuto via impostos, lambuza cardápios sofisticados dos banquetes da Corte. As crianças, sequer amido de milho têm na creche para se alimentar e com portas fechadas, a situação impede os pais de trabalhar para ganhar o salário de fome de R$ 954,00. Este é um quadro, que comparado ao outro, o dos poderosos de Brasília, constrange quem tem o mínimo de sensibilidade, senão vejamos: Em outubro de 2016 num banquete para trancar acusação contra si na Câmara Federal, o Presidente, alvo da PGR, ofereceu um lauto e custoso banquete aos deputados federais, segundo buffets consultados, ao custo de R$ 50 mil, pagos, claro, com nossa grana. No cardápio, nada de amido de milho em falta na creche municipal, lamba os beiços, neném: salada com molho agridoce, risoto de shitake, filé ao molho madeira, salmão grelhado, legumes ao vapor e pene com tomate seco. Na sobremesa, as opções também eram variadas: frutas, pudim de tapioca e goiabada com queijo. A falta de recursos para abastecer as creches, no mínimo de decência e sobrevivência, sobra nos banquetes dos governantes e seus apaniguados e não adianta culpar a crise ou a greve dos caminhoneiros pela falta de uma caixa de leite integral na merenda escolar. Grana tem e muita, veja o amigo, que só em ICMS, falando-se apenas, em Mato Grosso, a sangria nos primeiros seis meses desse ano foi de R$ 4,580 bilhões! Cifra que supera em 12,78% a arrecadação registrada no mesmo período do ano passado, quando alcançou R$ 4,061 bilhões. Prova que se produz, se compra, se gasta e se paga muito, retido na fonte, com o maldito imposto, sem retorno ao fato gerador e sim, nas benesses, nababos, banquetes e negociatas dos poderosos. E eis que chega mais um ano eleitoral, cá estão de volta alguns gogós promessinhas, viciados nos regalos de banquetes salgados com suor do trabalhador, atrás de votos para continuar mamando nas tetas do governo, insensíveis a miséria humana. E se promovem audiências públicas para discutir corrupção, workshops para discutir reformas, economias e os cambaus, tudo falácia, conversa fiada de burgueses, que estão em sua maioria, se lixando pro povão. Então, amigos, a crise existe sim, mas crise de vergonha, brio, caráter e honestidade de muitos dos que se dizem nossos representantes, e, de punição imparcial aos que embolsam o suor do trabalhador, negociando a sua cadeira numerada no Circo Brasil. In-fine, começou a campanha eleitoral, além da onça do Daveron, inofensiva diante da tigrada caça-votos, os figurinhas carimbadas que voltam a cena, a gente alerta: marque bem a cara do fulano, esquece o numero dele, joga o santinho no inferno e despacha a curriola pros quintos no dia 7 de outubro, combinado?
fonte: Da Redação
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