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Uma tarde no Circo
Data:14/08/2018 - Hora:07h43

Sábado de sol, aquela preguiça de deixar jacaré morrendo de inveja deitado nas areias da praia do Daveron, a onça turista debaixo de uma árvore sesteando pra sessão de fotos domingo pela manhã no cais da Barão, (fosse nos tempos da nona, uma rede e uma jarra de groselha trincando) a gente na praça Barão gelando a goela com água de coco enquanto esperava a hora da matiné do Cine Palácio, O Homem Elefante, bilheteria nacional com Anthony Hopkins e Anne Bancroft. Falar em elefante, eu me lembro de circo, e como era bacana passar uma tarde encarapitada como cabrito numa arquibancada de um deles, comendo pipoca e dando aquelas gostosas gargalhadas com as cambalhotas dos palhaços no picadeiro. Eu tinha 13 anos, usava fitas e laços nos aloirados cabelos, tênis hi-top combinando com a calça de para quedas feita de nylon ripstop, era uma pré-adolescente que curtia a vida com as amigas, no embalo de Woman, de Lenon, sucesso de seu álbum Double Fantasy. Pena que em dezembro daquele 1980, o beatle viria a ser assassinado, na entrada de sua casa no Edifício Dakota. Eu e a patotinha sentimos paca e nestas reminiscências, misturei o raciocínio, pois estava lembrando daquela tarde de sábado de 1980 lá na praça Barão, enquanto esperava a hora de ver o Homem Elefante no Cine Palácio, pronto, voltei a fita. Filme bom, mas melhor mesmo era o circo que vez por outra aparecia na cidade, aquela Kombi toda pintada, colorida, com enorme alto-falante anunciando o espetáculo: sessão das moças; globo da morte; trapezistas argentinos, que a gente sabia, eram mestiços da Bolívia; palhaços engraçados; engolidor de espadas; mágicos, etc. e tal. A gente ficava até meio zarolha pra tentar descobrir os truques do mágico, a platéia parava durante o vôo dos ginastas no trapézio e como já disse, ria prá mais de metro com a bagunça dos palhaços. Ah, como era gostosa a tarde no circo. Os mais velhos comentavam a política, no Bar do Jucão; a criançada jogando bafo com as figurinhas compradas na banca do Nagib e na segunda feira, além da escola, as aulas de datilografia com Dona Filomena. Além, claro, de lavar louças e ajudar a mãe nos demais afazeres domésticos. Estudar, divertir, passear, ir a missa, cinema, brincar de namoricos as escondidas da mãe, claro, sonhar,...sonhar... e viajar no onírico mundo da fantasia, vontade de ser adulta, desejos que se contrapõem hoje, com as saudades daquele tempinho que embalou a minha, a sua, é, a nossa pré-adolescencia e nele, os olvidos das tardes no circo. Sabia que a gente sonhava em ser trapezista só prá ficar perto daquele malabarista de maiô branco com galões dourados e fala castelhana? Juro que ainda vou curtir uma tarde de arquibancada de circo, o primeiro que chegar em Cáceres, mesmo porque sonhar é viver e eu adoro viver sonhando que tenho uma cara pintada de azul e um nariz comprido, igual uma palhacinha de ribalta, mas não pense que sou maluca, é só sonho, viu? ***___Rosane Michelis – jornalista, pesquisadora, bacharel em geografia e pós em turismo.   




fonte: Rosane Michelis



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Também estreando idade nova, a sempre elegante, Carla Samartino, que neste sábado apaga velinha e recebe o carinho mais que especial dos familiares e rol de amigos. Sucessos, Saúde, Amor, Paz e Prosperidades, são os nossos votos para o novo ano.  A coluna de hoje é dedicada a amiga de longas datas, Fidelmaria Reis, que nesta semana recebeu quilométricas homenagens pela comemoração de mais um ano. Na oportunidade filhos, netos, amigos cantaram o tradicional Parabéns.  Nós da família do JCC desejamos que esse novo ano seja o melhor que já viveu. Feliz Aniversário! Celebrou data nova a linda Juliana Bruzzon que recebeu os calorosos abraços dos pais Amarildo e Zezé, dos amigos e familiares. Desejamos um ano pleno de alegrias e sonhos realizados.
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