Agosto? Ah, Góstio!
Data:07/08/2018 - Hora:09h43
Todo ano no mês de agosto, fico parecendo um passarinho fora da gaiola, como todos deveriam viver, (odeio gaiolas) mais alegre que nos outros meses do ano, convenhamos, os ventos outonais agostinos são um convite a sonhar acordada, parece que um clima de magia nos desperta pela manhã com animo redobrado. Daí, discordar da mania dos antigos, que diziam ser agosto um mês aziago, de azar, que rima com desgosto, o tipo de coisa que as avós falavam quando julho acabava, mais ou menos isso. Tadinha das nonas, que com certeza apenas repetiam o que dizia a nossa bisa, pois a má fama de agosto é bem mais antiga do que elas, mas pouca gente realmente sabe qual a sua origem. Na verdade, há mais de uma explicação para essa crendice tão popular e ela não existe só aqui no Brasil. No começo do primeiro milênio, os antigos romanos já temiam o mês de agosto, por acreditar que, nessa época, um dragão cuspindo fogo aparecia no céu durante a noite. Na realidade, era apenas a constelação de Leão, que fica mais visível durante este período do ano e aquele brilho noturno especial e diferente criava a fantasia do dragão. Pra quem rima agosto com desgosto, importante lembrar que a mania surgiu em Portugal, durante a época dos descobrimentos. Originalmente, a expressão era: casar em agosto traz desgosto, pois as caravelas costumavam partir para o Novo Mundo nessa época. Aí, quem se casava em agosto acabava nem fazendo lua-de-mel e as noivas corriam o risco de tornarem-se viúvas antes mesmo de aproveitar a fase inicial do casamento. O oposto da Alemanha, onde as mulheres não acreditam no poder mágico da superstição, tanto assim, que enquanto em muitos países, incluindo o Brasil, maio é o mês das noivas, na terra de chucrutes as moças sonham casar no mês de agosto. Neste mês costuma-se dizer também, ser o dos cachorros loucos, ledo engano, o fato é que, supostamente, agosto é o mês com maior incidência de cadelas no cio e por conta disso, os machos ficam loucos e brigam entre si, questão dos feromônios, que me corrija algum veterinário se estiver errada. Superstições a parte, só prá ilustrar, agosto, do latim augustus, é o oitavo mês do calendário gregoriano, assim chamado por decreto em honra do imperador César Augusto. Antes dessa mudança, agosto era denominado Sextilis ou Sextil, visto que era o sexto mês no calendário de Rômulo, aquele que com o mano Remo, fundou Roma, vocábulo que lido de traz pra frente é Amor. Como agosto tem seis letras, meu pré-nome, idem o nome tem oito, mas igualmente é par, assim como o dia de hoje, sete, com quatro letras, não poderia jamais pensar em azar e pra descontrair, depois do fechamento da edição, vou gostar de agostar curtindo um mix batidão romântico de agosto, no som da minha cabeceira, apesar de parecer pesado, ligo baixinho e com a remasterização da Marcilio Gravações, dá pra descontrair. De quebra, um brigadeiro de panela, ah, como estou dengosa, hoje, deve ser porque é a minha primeira crônica de agosto, e da mesma forma, espero que os (as) leitores (as) me façam companhia na leitura agostina, ok? E quando setembro vier, hora de buscar o filme de Rock Hudson com o mesmo nome e ouvir a musica tradução de Come Setember, versão gravada pela Wanderléa na Jovem Guarda, mas enquanto isso, é agosto e eu Góstio. ***___Rosane Michelis - jornalista e pesquisadora, bacharel em geografia e pós em turismo.
fonte: Rosane Michelis
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