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A auto-indulgência bem paga
Data:01/08/2018 - Hora:07h41

Repercute nas redes o comercial da Gillete com a “nenhuma autocrítica” do jogador Neymar Jr. e eu, que vivo a escrever sobre política e economia, não resisto a falar de futebol, sempre uma paixão e porta de entrada na minha profissão, há 40 anos, na editoria de Esportes de O Globo. Parto do que diz o coleguinha Xico Sá: Neymar “não foi à terapia, não foi ao divã, simplesmente dirigiu-se à caixa registradora em mais um oportuno anúncio publicitário”. Até aí, nada de mais. Convenhamos, faz tempo que o futebol e seus craques perderam sua natureza de paixão popular e foram, eles próprios, devorado pelo marketing, com seus dentes de dinheiro e de “dolce vita”. Confesso, porém que fiquei pensando no que o competente texto do anúncio diz, num chororô que se desmancha a cada frase. O craque descreve, primeiro, as botinadas, joelhadas e agressões que sofre em campo. Sofre. Mas em que os zagueiros agiriam com ele de forma diferente da que fazem com Mbappé, Modric, Messi, De Bruyn, Hazard ou Cristiano Ronaldo para ficar apenas em algumas estrelas desta Copa? Nenhum deles é fisicamente menos vulnerável que Neymar, nenhum deles é menos essencial a suas equipes de tal forma que não pudessem ser alvos de defesas “botinudas”. A resposta me parece simples: nenhum deles cai cinematograficamente e, por isso, a agressão, se não é verdadeira, é verossímil aos árbitros.

Antes de perder a bola com estas cenas dramáticas, Neymar perdeu boa parte de sua credibilidade com o espalhafato e, hoje, nem mesmo quando apanha de verdade convence que é veraz boa parte das pancadas. Portanto, além do que apanharia, apanha mais, porque virou “bom de bater.” A seguir, ele diz que, se sofre em campo, muito mais sofre na vida: “eu sofro dentro de campo mas, na boa, você não imagina o que eu passo fora dele”. Verdade? Neymar descumpre o mandamento óbvio da pessoa exposta: ser discreto. Ou, se não for, a encarar as conseqüências disto.

Há muitas outras frases que, separadas, se tornam verdadeiros absurdos ou confissões daquilo que negam. “Quando eu cesso a (paro de) dar entrevistas, é porque ainda não aprendi a te decepcionar” quer dizer o quê? Que tem de aprender a decepcionar? Tirando Mbappé, todos os outros, depois de algum jogo, estavam tanto ou mais decepcionados e tanto mais decepcionaram. Mas trataram do assunto sem se fazerem de vítimas, de injustiçados. Menos ainda pedem que os outros aceitem sem reclamar as decepções que causaram. “Quando eu pareço malcriado, não é porque eu sou (seja) um moleque mimado, mas porque ainda não aprendi a me frustrar”. Deus meu, o que é um menino mimado senão o que não aceita frustração? “Você pode achar que eu caí demais, mas a verdade é que eu não caí, eu desmoronei …e isso dói muito mais que qualquer pisão em tornozelo operado”.

Desmoronar é da vida e não sou ninguém para julgar a reação do outro diante de um fracasso dolorido. Se foi um pedido de perdão, não haveria torcedor que não o desse, no tempo que o perdão precisa para ser dado, pois não é algo que esteja pronto, na prateleira, esperando para ser entregue a quem o pedir. Mas viria, quem sabe já no próximo jogo, no próximo drible, quem sabe no próximo gol, ainda mais se fosse um daqueles onde as pernas ágeis do atacante saltam sobre a chuteira bruta da zaga, dão dois ou três passos trôpegos, se reequilibram e armam o chute fatal. Neymar, infelizmente, escolheu o caminho errado e produziu uma peça que, na verdade, se volta contra ele próprio.

Talvez não no bolso, de imediato, mas adiante, consolidando a imagem de “chorão” com a qual não se faz ídolos. Porque aquele “quando eu fico de pé, o Brasil inteiro levanta comigo”, é tão bem redigido quanto inconvincente. Uma pena, porque talentos como ele surgem muito, muito raramente e, ao contrário dos que acham que o futebol é o “ópio do povo” nos gramados, penso que é e sempre foi fonte de orgulho, auto-estima e afirmação para os brasileiros. A gente também apanha, Neymar, no campo da política, às vezes com mais brutalidade que na bola, e nem por isso tem razão em ser auto-indulgente. “Tadinho” não ganha jogo, rapaz! ***___Fernando Brito – Jornalista.

 




fonte: Fernando Brito



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