Porque perdemos as Copas
Data:11/07/2018 - Hora:09h45
Reprodução Web
Nesta Copa Mundial sediada pela Rússia, as derrotas de Brasil e Uruguai nas quartas de final e de Argentina, Colômbia e Peru bem antes, criaram uma situação inédita na história do torneio: pela quarta vez seguida uma seleção européia vai levar o troféu, já que desde 2006, times da Europa vencem a competição. Em 2018, apenas Brasil e Uruguai poderiam quebrar esse ciclo, mas acabaram perdendo para Bélgica e França, respectivamente. Lá se vão 16 anos sem vitórias de times sul-americanos, o último, foi a Seleção Brasileira em 2002, no Japão e na Coréia. Quatro anos depois, a Itália venceu o campeonato e conquistou seu quarto título. Em seguida, a Espanha ganhou o seu primeiro e, em 2014, Alemanha levou a taça para casa também pela quarta vez e agora, novamente a Europa come o bolo, a gente ficou apenas com as migalhas pelo caminho. E no país de mais de 200 milhões de técnicos de futebol em esquinas e botequins, a pergunta que não quer calar é o por que essa hegemonia está ocorrendo? Bem, não somos especialistas em futebol, gostamos sim de um campeonato brasileiro, de Mengo e Timão e por aí afora, mas só de ler e analisar fatos, concluímos que o intercâmbio de jogadores de vários países pode ser um dos fatores que melhoraram o futebol europeu nas últimas décadas.Isso amplia o abismo entre o futebol de clubes na América Latina e Europa e o que sobrou para nós, foi produzir jogadores, fornecer mão de obra que deixa jogadores ricos, clubes fortes e continuamos aqui com nossos campeonatos de terceira divisão mundial. Somos um país pobre, o que sobra para nosso futebol é sobra pobre, sem condições de competir com um Barcelona ou Real Madrid, por exemplo. Conseqüência disso, nossos bons jogadores, ficam muito dispersos pelo mundo, com poucas oportunidades de jogar juntos e quando chegamos as eliminatórias, vem a catação, a Seleção Brasileira, aquela legião de estrangeiros que, então passa a jogar junto, bate cabeça e cai quando chega a hora da verdade. A CBF é uma zona, basta ver a pregressa dos cartolas, um preso nos Estados Unidos, outro escondido da policia internacional, o oposto das confederações européias, bem mais organizadas, para elas, o futebol mais competitivo não é o de seleções, mas o de clubes. Veja o glamour da Champions League, enquanto o nosso criativo futebol que nasce na várzea, ganha espaço nos clubes e certames, perde espaço para a especulação imobiliária. E não é só o caso do Brasil, aqui na America do Sul, as seleções apesar de terem jogadores nos principais campeonatos da Europa, enfrentam dificuldades para se adaptar a novas maneiras e táticas de jogar, mesmo porque os técnicos brasileiros não treinam grandes clubes europeus. Só pra finalizar, a eliminação do Brasil nas quartas de final da Copa da Rússia diante da Bélgica aumentou para 20 anos o jejum de títulos do país recordista de taças e não por acaso, como mencionado supra, considerando-se que a próxima copa será em 2022 no Katar. Neste ciclo que se encerra, a CBF jogou os dois primeiros anos no lixo ao escolher Dunga para comandar o processo para 2018, depois do vexame em casa em 2014. Com ele, o Brasil foi eliminado duas vezes na Copa América: nas quartas de final diante do Paraguai, no Chile, e na fase de grupos da edição centenária, nos Estados Unidos. Quando a CBF despertou para a gravidade do que havia feito, deu praticamente um ano e meio para o Tite, montar um time minimamente competitivo para as eliminatórias. Bastou enfrentar uma seleção talentosa, com um pouquinho do Brasil das antigas, ou seja, envolvente, driblador e com um pouquinho de diversão e arte, acabou o sonho utópico.
fonte: Da Redação
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