Lenine Martins

Com o intuito de aproximar alunos e professores das forças policiais que atuam na região entre o Brasil e a Bolívia, os profissionais do Grupo Especial de Segurança na Fronteira (Gefron) criaram e apresentaram na semana passada (21) o projeto “Gefron em minha comunidade”. O objetivo é que crianças e adolescentes, de unidades públicas que estudam na fronteira entre os dois países, possam ter acesso a palestras, atividades recreativas e lazer. Ao todo, cerca de cinco mil estudantes serão beneficiados.

A primeira unidade a ser contemplada pelo projeto foi a Escola Estadual 12 de Outubro, que fica no Assentamento Boa Esperança, a 60 km do município de Cáceres. Os estudantes se reuniram na quadra poliesportiva do colégio e observaram atentamente a programação do evento, que teve uma palestra educativa sobre os caminhos a seguir para um futuro feliz, atividades esportivas e interação com os cães do Canil Integrado de Fronteira (CanilFron).

O coordenador do Gefron, tenente-coronel PM José Nildo de Oliveira, destacou a importância do projeto para orientar os alunos sobre a atividade policial dentro da comunidade. O projeto vai atender toda extensão dos municípios de Cáceres até Comodoro.

A ação também será levada para as tribos indígenas da região. “Esse trabalho nasceu da concepção do efetivo, que está sempre presente nas comunidades. Neste sentido fizemos a proposta do projeto para as unidades escolares e vamos trabalhar para ampliar a idéia de que o Gefron é uma unidade parceira e amiga e que a população possa confiar no nosso trabalho”, pontuou.

A diretora da escola 12 de Outubro, Márcia Novack da Silva, argumentou que muitas vezes o policial não é visto como um aliado da população. "Aqui na nossa comunidade queremos esclarecer o quanto é importante, estes profissionais para garantir a segurança. O projeto é bom para o desenvolvimento das crianças, porque elas crescem e começam a ver que o Gefron não é inimigo, e sim parceiro do cidadão”, enfatizou.

Professora a quatro anos dos alunos de ensino médio, Mariclei Magalhães Severino, destaca que a aproximação da polícia com os estudantes ajuda na formação de homens honestos. “Eu acho essa iniciativa muito válida porque as crianças estão em fase de formação psicológica. Quando conversamos com eles percebemos que se sentem seguros quando vêem a polícia ainda mais perto. Esta aproximação é primordial principalmente pelo fato vivermos em uma área de risco como é a fronteira”, frisou.

Um dos alunos que participou da programação do “Gefron em minha comunidade”, Jorge Luiz Santana de Souza, 17, disse que gostou de tudo que foi apresentado. Outra estudante, Leidiane Manacá Salvaterra, 12, destacou que o momento em que mais se divertiu foi com a interação dos cães. “Foi uma apresentação linda. Meu sonho é um dia ser policial”.

Cerca de 500 estudantes participaram da programação. Uma bicicleta foi sorteada entre os alunos e a vencedora foi Ana Maria da Silva, do segundo ano, do ensino médio do Eja (Educação para Jovens e Adultos).

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