Futebol e os Cambaus
Data:07/06/2018 - Hora:08h25
Reprodução Web/Montagem
Nenhum segredo que o Brasil seja visto e conhecido entre nós e no exterior como o país do futebol, alias, quem quando garoto nunca jogou uma pelada seja na rua de casa ou na escola? No nosso tempo até o pai comprar um capotão, a molecada jogava mesmo com uma bola de meia, as traves dos gols eram dois tijolos e os times, os com e os sem camisa, a partida acabava quando a mãe aparecia com o cinto enrolado nas mãos ameaçando com aquela surra. Apesar do contexto de longevidade atual não são muitos os que se lembram do 1º titulo mundial do Brasil em 1958, seleção canarinha na Suécia, 5 a 2, em Estocolmo, no estádio de Raasunda, naquele distante 29 de junho de 1958. Sessenta anos se passaram, neste interregno, outros quatro títulos, 1962, no Chile, Estádio Nacional; 1970, no México Estádio Azteca; em 1994, nos Estados Unidos da America do Norte, no Estádio Rose Bowl de Pasadena, e 2002 em Yokohama, no Japão, no Estádio
Yokohama Kokusai Sōgō Kyōgi-jō. Depois de 16 anos sem levantar o caneco, volta neste mês, a ser armado o circo do esporte bretão e a febre da maioria, basta ficar meia hora na banca do Daud na Praça Major Carlos e contar as pessoas que procuram figurinhas da seleção do Tite. Nada temos contra esportes, futebol, torcidas, seleção, importante que isto fique explícito, o que queremos aqui, é mostrar os dois Brasis, o da bola, (sonho) e o real, o primeiro usado pelos oportunistas donos do poder, como aparelho ideológico do Estado, atração do panis et circensis e o segundo, aquele que todos convivem no dia a dia, o das desigualdades sociais e corrupção. Como todo fenômeno social de grande alcance, o futebol no Brasil e países emergentes, tem função a de desviar a sociedade de seus problemas prioritários como, por exemplo, o desemprego, a má distribuição de renda, a injustiça social e as precárias condições de vida de determinados segmentos da sociedade brasileira. O fanático claro, vai discordar, mas no Brasil da corrupção, do desgoverno, do capitalismo selvagem, o futebol tem servido sim, de instrumento da classe dominante para manipular as massas como forma de sublimar a miséria e as desventuras da pobreza, através do sucesso meteórico da conquista de um campeonato doméstico ou internacional. O placar favorável do clube afasta do torcedor o placar do preço absurdo do custo de vida e o tal patriotismo tupiniquim se reveste de um gol do Neymar, da camiseta verde e amarela, de um rojão e o governo bate palmas. Alguma dúvida? Dê uma voltinha na cidade na semana da pátria e conte as casas onde tem uma bandeirinha do Brasil na janela; alguma escola onde o hino nacional ainda é cantado na fila na entrada das aulas ou alguém que saiba cantar o hino nacional. O do clube de futebol, a maioria sabe, as bandeirinhas em finais de campeonatos, nos jogos da copa, estão nas casas, nos carros e nos cambaus, enquanto o país continua deitado eternamente em berço esplêndido, para os gravatinhas donos do poder, que cravam a clava forte no bolso do povaréu; Gol do Brasil, quem perdeu? Nem precisa responder, apenas olhe ao redor de si mesmo.
fonte: Da Redação
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