Espinheira Danada
Data:04/05/2018 - Hora:08h37
Reprodução Web
Pra não chorar logo de cara, vamos começar o papo reto desta sexta feira cantando: Com licença, seu Zé Trindade, ou seja, Duduca, que está no céu desde 1986 e Zé Gomes Almeida, o Dalvan, que continua na estrada da vida, a gente pega carona na musica de vocês, Espinheira Danada, mas é a saída, depois de mais uma braba que ficamos sabendo no final de semana. Na composição que parafraseamos, os leões da musica sertaneja cantavam assim: “ Eta, espinheira danada; Que o pobre atravessa pra sobreviver Vive com a carga nas costas; E as dores que sente não pode dizer; Sonha com as belas promessas; Da gente importante que tem ao redor Quando entrar o fulano; Sair o cicrano será bem melhor; Mas entra ano e sai ano; E o tal de fulano ainda é pior,”..., pois é Seu Zé, muito pior, que o digam os pequenos piscicultores, (nome chic de pescadores que produzem peixes) de Mato Grosso, que sofrendo mais que sovado de aleijado, têm enfrentado dificuldades para levar sua produção ao mercado e vender o produto. Se tava ruim, ficou pior ainda mais, depois da alteração na Lei n° 10.669/2018, aprovada pelo presidente da Assembléia Legislativa de Mato Grosso Eduardo Botelho, em desfavor dos pequenos produtores; e, óbvio, beneficiando as grandes empresas do ramo que atuam em Mato Grosso. E são sempre essas empresas que despontam no mercado, o segundo maior produtor de peixes do país, com 60 mil toneladas e como o Brasil continua sendo um país de desigualdades, a grande maioria desse pescado está na mão dos grandes produtores, exemplo, Grupo Gaspar e Bom Futuro, da família Eraí Maggi. Fomos verificar in-verbis a tal lei do Botelho que botou seu chamegão na pauta e no dos pobres pescadores, e lá está o joanete no sapato apertado do ribeirinho que pesca prá sobreviver às voltas com a espinheira danada. Depois de sancionada esta lei reza, em seu artigo 4º parágrafo único, que todo pequeno produtor precisa ir até o Indea e solicitar o documento de emissão que autoriza o transporte de peixe morto para os locais de venda. Ocorre que esta lei foi publicada em janeiro deste ano, e em meados de fevereiro, bem na véspera da Semana Santa, quando a procura por parte dos consumidores se intensificou no mercado e os muitos dos pequenos piscicultores ao tentar escoar sua produção, foram barrados no INDEA, sem conseguir a guia de autorização. Concluindo, ou atropelaram a nova lei transportando a mercadoria de forma clandestina. ou perderam os peixes. E lembrar que até setembro do ano passado, o pequeno produtor conseguia emitir sua Guia de Transporte e conduzir sua pequena produção de forma independente, mas com a nova lei, extinguindo o documento de Despescas, e trocando seis por meia dúzia, substituindo-a pela Guia de Transporte, que na prática tem a mesma finalidade, só complicou a vida dos pequenos. Ainda mais, que doravante, o sofrido produtor pequeno arca com custo, pois a cada guia emitida, ele que antes não pagava pela Despesca, agora tem que desembolsar um valor médio de R$ 16,00. Ainda bem que aqui em Cáceres os piscicultores e pescadores souberam colocar uma defensora da classe no legislativo, a guerreira Dona Elza da Z-2, mas em outubro, fica aqui o recado, gente, dá aquela sova de vara nas urnas e no lombo dos políticos escamas, não perca esta chance, deixa eles numa salmoura de espinheira santa prá curar os calombos!
fonte: Da Redação
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