Ilustrativa

A publicação “Cenário da Infância e da Adolescência no Brasil”, lançada nesta terça-feira (24) pela Fundação Abrinq, aponta que Mato Grosso possui 243.452 crianças e adolescentes de zero a 14 anos vivendo em situação de pobreza, ou seja, com renda de até meio salário mínimo, ou 31,8% das crianças passando fome no estado.

O estudo relaciona indicadores sociais aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), da Organização das Nações Unidas (ONU). Desse total, em Mato Grosso, 3% vivem com menos de R$ 238,00, ou seja, encontram na faixa da pobreza extrema. São 38.090 meninas e meninos com a renda familiar abaixo de 1/4 de um salário mínimo para sobreviver.

"Não há investimento em políticas públicas voltadas para populações mais vulneráveis", aponta a administradora executiva da Fundação Abrinq, Heloisa Oliveira.

Aliada a miséria, a taxa de mortalidade infantil em Mato Grosso é de 13,8 para 1.000 nascidos vivos, incidência que está acima da nacional, que é de 12,7% para 1 mil nascidos vivos. O cálculo deriva da relação entre o número de óbitos de crianças menores de 5 anos, a quantidade de nascidos vivos durante o ano e em determinado espaço geográfico, multiplicado por mil. "Esperamos que haja uma decisão política de mais investimentos na infância e que a gente não tenha que estar aqui no futuro falando que piorou", diz Oliveira.

Em Mato Grosso o caso é agravado pelo visível caos na saúde, onde a maioria dos hospitais, sejam eles públicos, regionais, municipais, filantrópicos, conveniados, sofrem com falta de repasse de verbas do governo do estado, sendo que a maioria já foi fechada por atraso no pagamento pelo menos uma vez durante a atual gestão.

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