Senador nega ter assinado ata e mandato corre risco
Data:11/04/2018 - Hora:13h43
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O senador José Medeiros (Podemos) afirmou que não assinou a ata que definiu a candidatura da coligação “Mato Grosso Melhor Para Você”, que tinha como titular ao Senado o atual governador Pedro Taques (PSDB). O processo, que tramita em sigilo no Tribunal Regional Eleitoral, pode resultar não só na cassação do mandato de Medeiros, como também na inelegibilidade do atual governador.
Segundo o senador, ele não tinha sequer que assinar o documento. “Não assinei ata nenhuma. Quem fez foi o amigo do Fiúza. Isso é rolo deles lá. Eu não tinha que assinar. Quem assina são os dirigentes partidários. Não fui chamado a assinar e nem sabia como se procedia. Mandei a documentação para Cuiabá. É o que sei disso”, se defendeu Medeiros.
O senador contou que não participou sequer da construção da ata. Ele também explicou que era candidato a deputado a federal, e com a desistência de Zeca Viana, assumiu o posto de suplente de Taques.
“Na verdade eu não tenho nada a ver com aquilo. Eu não assinei e não participei de ata. Quem fez aquilo lá foi a chapa majoritária. Eu era candidato a deputado federal, o Zeca Viana saiu e fui convidado a substituí-lo. Depois que começou a aparecer essa coisa toda”, contou.
O processo foi enviado no final de março ao Ministério Público Eleitoral para ter “ciência de todo o processado, bem como para que, querendo, manifeste-se sobre o laudo pericial juntado”. O despacho foi assinado pelo juiz-membro do TRE, Ulisses Rabaneda.
A ação conduzida por Rabaneda relata uma possível fraude nas assinaturas da ata que definiram a candidatura da coligação “Mato Grosso Melhor Para Você” que disputava uma das vagas ao Senado. Durante o registro, em julho de 2010, a ata original trazia o então candidato Pedro Taques como cabeça de chapa, seguido pelo atual deputado estadual, Zeca Viana (PDT), como 1º suplente, e o empresário de Sinop, Paulo Fiúza, como 2º suplente. Porém, em agosto de 2010, Zeca Viana desistiu de figurar como 1º suplente na chapa de Taques ao Senado para concorrer a uma vaga na Assembléia Legislativa de Mato Grosso. Com a desistência, Paulo Fiúza seria “promovido” para a 1ª suplência e o então policial rodoviário federal, José Medeiros, ficaria com a 2ª suplência.
No entanto, há a suspeita de que a ata tenha sido fraudada, “passando” Medeiros para frente de Fiúza, em razão de suposta falsificação das assinaturas dos membros da coligação. A chapa foi vencedora em 2010, porém, com a vitória de Pedro Taques ao Governo de Mato Grosso em 2014, José Medeiros acabou assumindo seu lugar no Senado Federal.
Caso seja constatada fraude na ata, José Medeiros pode perder o mandato. Paulo Fiúza, no entanto, não será necessariamente conduzido ao cargo de senador uma vez que o então candidato ao Senado em 2010, Carlos Abicalil, que ficou em 3º lugar no pleito, também questiona o registro de candidatura da coligação “Mato Grosso Melhor Para Você” na Justiça Eleitoral. Se comprovar a fraude, o petista pode assumir e concluir o mandato que se encerra em janeiro de 2019.
fonte: F.M com Redação
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