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A propaganda enganosa do Ministério da Educação na mídia não leva a nada, cheia de jargões, artistas de agencias publicitárias, pagas com o dinheiro do povo, sorrisos fabricados, vertendo balelas e falácias dos leads preparados, pra enganar incautos, que o ensino brasileiro melhorou e oferece condições super-humanas e democráticas para os estudantes e pais; Fies sem juros e os cambaus, tanta esmola que até São Longuinho desconfia. Por trás de toda esta parafernália midiática, para quem tem o mínimo de noção, decifrou as verdadeiras razões que estão na base da pressão pela rápida reforma do ensino médio. Vejam só, nos últimos dois anos, o governo estuda, no Conselho Nacional de Educação, liberar até 40% da carga didática do ensino médio (de qualquer disciplina) para o ensino à distância. Uma medida que deverá promover a segregação escolar de forma mais nítida, criando escolas on line de baixo custo (e de baixa qualidade) para os mais pobres e mantendo a escola regular cada vez mais para as classes mais bem posicionadas financeiramente, principalmente aquelas em que os filhos não precisem trabalhar para sobreviver. Assunta bem no golpe, logo,  irá deslocar, com o tempo, o financiamento da educação para a iniciativa privada retirando recursos da escola pública e sua expansão, é questão de tempo o aparecimento dos vouchers, algo como uma bolsa para estudantes em escolas on line privadas. Nos moldes da mídia fabricada mencionada supra, a discussão virá embalada em introdução de inovações tecnológicas na educação. Papo de engodo, pode crer, abrindo o leque ao mercado, que já vinha se preparando para entrar neste campo. Recentemente foram feitas alterações que visavam viabilizar este passo, principalmente a liberação de pólos de educação à distância no ensino superior. Foi o primeiro passo, para jogar na tal EAD o ensino médio, tirando a responsabilização do Estado brasileiro com a formação crítica e sólida da juventude, e também com a infraestrutura escolar. Daí, para a privatização da educação é mamão com açúcar, um incentivo ao aparecimento da escolas charters on line que prestarão serviços de educação à distância. Vale lembrar que este caminho foi seguido pelos americanos e, hoje, as escolas charters on line americanas estão entre as com piores desempenhos nos relatórios avaliativos. Pois bem, este amplo preâmbulo, para relembrar que a gente era feliz e não sabia, nos velhos tempos do curso de admissão ao ginásio dos anos 60 do século XX. Nosso tradicional e antigo curso primário era composto de quatro anos e para ingressar no curso ginasial, éramos submetidos a uma avaliação de nossos reais conhecimentos gerais, adquiridos no curso primário, denominado exame de admissão ao ginásio, praticamente um pequeno vestibular, obrigatório para os alunos saídos do curso primário. Devidamente aprovados nesse exame de conhecimentos gerais, composto pelas matérias de português, matemática, história, geografia, estávamos aptos para ingressar no curso ginasial e, durante mais quatro anos, aprender os conhecimentos ministrados em suas quatro séries. O tempo passou, a fila andou e depois de marchas e contramarchas, estamos no risco de uma contramão na já falha educação do século XXI, substituição do vestibular por avaliações nem sempre comprovadas, as faculdades PPP (Papai Pagou, Passou), deformando gerações futuras. E vem agora o governo falar em liberar até 40% da carga horária do ensino médio e até 100% da jornada da educação de jovens e adultos para ser realizada a distância. Seria trágico não fosse cômico, acreditamos nas duas assertivas, uma comedia trágica.

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