Caipira-PiraCema
Data:20/03/2018 - Hora:09h07
Reprodução Web
Vamos começar nosso bate papo outonal, cuja estação se abre logo mais às 13h15 prosseguindo até o dia 21 de junho, parafraseando nosso amigo Renato Teixeira, cujo sucesso da padroeira do Brasil atravessou fronteiras, para sentar banco aqui na fronteira de Cáceres e com orgulho dizer: Sou Caipira-Piracema, Senhora de Aparecida, São Luis, clemência para nossos pescadores da Colônia Z-2 e adjacências, ameaçados por mais uma armação política. Claro, que sempre fomos assim como os pescadores, a favor do defeso da pesca, afinal, como dizia nossa velha mãe, que Deus a tenha, “quem come e guarda, põe mesa duas vezes,” e a piracema traduz exatamente isso. Pra refrescar a cuca poluída dos demagogos que apregoam moratória nos rios de Mato Grosso e com certeza, andam comendo camarão com o nosso dinheiro, vamos discorrer um pouco sobre a piracema. Trata-se de uma palavra tupi que significa saída de peixes, o período de reprodução das espécies, quando é proibida a realização da pesca. Este período definido pelo Conselho Estadual de Pesca, que começava em novembro, foi antecipado para 1º de outubro para preservar a fase de maior intensidade reprodutiva dos peixes e vai até 31 de janeiro do ano seguinte. Pois bem Caipira-PiraCema, as coisas vão funcionando em águas claras, superando os obstáculos das PCH’s, o sofrido ribeirinho sobrevivendo no dia a dia da pesca e no defeso com aquela merreca do governo, graças ao empenho das colônias, até que dispara novamente a ameaça política: sim, sete anos depois do PL 750 de um senador de Mato Grosso dispondo demagogicamente sobre a Política de Gestão e Proteção do Bioma Pantanal, inserindo a moratória de cinco anos de pesca nos rios pantaneiros e que felizmente ainda não virou lei, oxalá nunca vire, a ameaça volta a bater a porta. Na semana passada a deputada Janaina Riva cutucou a onça dormente com vara curta, ao apresentar um projeto de lei alterando sete artigos na Lei da Pesca no Estado, com a implantação da cota zero para pescado nos rios de Mato Grosso durante cinco anos. Trocando em miúdos, desovando a moratória do senador, dissimuladamente, com a proibição do abate e transporte de pescado em todas as bacias hidrográficas de Mato Grosso para os pescadores amadores pelo período de cinco anos, ou seja, neste período a pesca está praticamente proibida no Estado. Explicando, se é proibido o abate e transporte, obviamente que atinge diretamente as famílias ribeirinhas, cuja sobrevivência é a pesca; se somente após o sexto ano, o pescador poderá abater e transportar até cinco quilos de peixe ou um exemplar, independente do peso, conforme o projeto, além do ribeirinho, também se atinge duramente o turismo de pesca em Cáceres e região; se proíbe a pesca da cachara, jacu, pacu, matrinchã e pintado, revoga o FIPe, assuntem só, o estrago que um projeto desse faria, caso vigesse. As alegações estapafúrdias de defesa do meio ambiente, dos rios e os cambaus, não passam de falácias, conversas prá boi dormir, afinal, não é a pesca disciplinada e nem os ribeirinhos que estão sumindo com os peixes, são essas pequenas hidrelétricas e barragens que interferem de forma negativa na natureza. Razão sobra sim, ao ecólogo e ictiólogo Francisco de Arruda Machado, referência em pesquisas com peixes em Mato Grosso, ao questionar a lógica da moratória da pesca com fim de aumentar os estoques pesqueiros. Como ele bem disse, no Pantanal temos esgoto, hidrelétricas, destruição de mata ciliar, agrotóxicos, desmatamento, existe todo um conjunto de fatores que influencia diretamente no ciclo de reprodução desses peixes, jamais, a pesca ordenada. E, políticos demagogos, na contramão da história, vêm apresentar projeto de lei restrito a moratória, dissonante àqueles que mais sofrem com a degradação ambiental? Brincadeira, tem hora, né?
fonte: Da Redação
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