Liberdade acontece depois de 15 anos de segregação e no fórum estavam a filha, o neto de Arcanjo e o advogado Zaid Arbib que seguiram com ele até a casa.
O ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro passou por audiência de custódia na manhã de ontem, (26), no Fórum de Cuiabá e na parte da tarde, enfim, foi liberado, seguindo imediatamente para sua residência, onde cumprirá o restante da pena. Em regime semi-aberto (que na prática iguala-se ao regime aberto), o reeducando usará tornozeleira eletrônica e cumprirá medidas restritivas.
A família do ex-bicheiro esteve no Fórum de Cuiabá, onde aguardou a liberação de João Arcanjo Ribeiro e durante todo o tempo, inclusive depois da soltura, não quiseram prestar declarações à imprensa. Quando o Comendador foi finalmente liberado, o clima foi festivo, de abraços e sorrisos. No fórum estavam presentes a filha e o neto de Arcanjo, que seguiram com ele até a casa, acompanhados do advogado Zaid Arbib.
Como fundamentos para sua decisão, o juiz Jorge Tadeu Rodrigues levou em consideração os argumentos da defesa de que o reeducando possui direito a progressão para cumprimento de pena em regime semi-aberto desde o dia 26 de agosto de 2017, quando ainda estava no presídio federal de Mossoró, Rio Grande do Norte.
Ainda, levou em consideração os exames psiquiátricos feitos em Arcanjo em 2016 e 2017, que apresentaram resultados positivos. “Além disso, os Diretores das unidades prisionais em que o reeducando esteve segregado comprovaram que o reeducando apresentou bom comportamento carcerário, durante os longos catorze anos que permaneceu recluso a maior parte do tempo em regime diferenciado, ou seja, em unidades federais”.
O Ministério Público Estadual desistiu de recorrer da libertação do ex-bicheiro. A audiência de custódia de João Arcanjo foi antecipada r aconteceu sob forte escolta, na Vara de Execuções Penais de Cuiabá.
Além do recolhimento do passaporte , outras restrições para Arcanjo serão o monitoramento eletrônico 24 horas por dia e a necessidade de se apresentar mensalmente ao Centro de Atenção Psicossocial (CAPS), para que seja enviado ao juízo competente um atestado de freqüência referente aos atendimentos dele.