Coragem em meio a medos
Data:24/02/2018 - Hora:09h31
Com o tema “Não temas, Maria, pois achaste graça diante de Deus” (Lc 1, 30), Francisco aborda o temor de Maria diante das surpresas e desígnios de Deus. De acordo com o Santo Padre, o medo de não ser amado, bem-querido, não ser aceito por aquilo que é são inseguranças presentes na realidade de muitos jovens. Ele destacou que, na tentativa de se adequar a padrões freqüentemente artificiais e inatingíveis, a juventude tem sido diferente daquilo que é na realidade. “Fazem contínuos ‘foto-retoques’ das imagens próprias, escondendo-se por trás de máscaras e identidades falsas, até chegarem quase a tornar-se eles mesmos um ‘fake’, um falso. Muitos têm a obsessão de receber o maior número possível de apreciações ‘curtir’. E daqui, desta sensação de desajustamento, surgem muitos medos e incertezas”, sublinhou.
Segundo Francisco, os medos assolam até mesmo quem acolheu o dom da fé e procura sua vocação e geram questionamentos sobre a capacidade de seguir o caminho de Deus e manter o entusiasmo nesse processo. Para superar os medos, o Santo Padre aconselha os jovens a primeiro identificá-los claramente. Após a identificação dos medos, o discernimento é apontado pelo Papa como ponto de partida para a superação das aflições. De acordo com Francisco, o medo nunca deve ter a última palavra, e sim ser ocasião para realizar um ato de fé em Deus e também na vida, como a busca da própria vocação. Para encontrá-la, o Santo Padre aponta a Igreja, os bons sacerdotes, consagrados e consagradas e os fiéis-leigos como capazes de ajudar os jovens a decifrar dúvidas e a ler o desígnio da vocação pessoal.
Sobre o chamado de Maria, o Papa alertou que quando Deus chama pelo nome, revela ao mesmo tempo a vocação, o projeto de santidade. O Santo Padre aproveitou para explicar a relação de nomes descrita por vezes na bíblia. “Quando o Senhor quer ampliar os horizontes duma vida, decide dar à pessoa chamada um novo nome, como faz com Simão, chamando-o “Pedro”. Daqui veio o uso de adotar um nome novo quando se entra numa Ordem Religiosa, para indicar uma nova identidade e uma nova missão”, relatou. A chamada divina, enquanto pessoal e única, exige, de acordo com o Pontífice, a coragem de deixar lugares-comuns em busca de um dom original e irrepetível para Deus, para a Igreja e para os outros. “Assim, queridos jovens, ser chamados pelo nome é um sinal da nossa grande dignidade aos olhos de Deus, da sua predileção por nós. Acolhei com alegria este diálogo que Deus vos propõe, este apelo que vos dirige, chamando-vos pelo nome”. O Papa sublinhou que a presença contínua da graça divina encoraja todos a abraçarem, com confiança, a vocação, que exige um compromisso de fidelidade que se deve renovar todos os dias. “Com efeito, a senda da vocação não está desprovida de cruzes: não só as dúvidas iniciais, mas também as tentações freqüentes que se encontram ao longo do caminho. O sentimento de inadequação acompanha o discípulo de Cristo até ao fim, mas ele sabe que é assistido pela graça de Deus”, suscitou.
fonte: Radio Vaticano
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|