A Cozinha da Dona Orfélia
Data:23/02/2018 - Hora:10h53
Muita gente acostumou nos finais de semana abrir a página 5 do Correio Cacerense na coluna Variedades, depois o Espaço Mulher, para conferir dentre outros assuntos ligados ao mundo feminino, a Cozinha da Dona Orfélia, onde todo sábado, havia uma nova receita culinária, doces, salgados, ou bolos, saladas ou carnes, a assinante e mesmo alguns gourmets não passavam em branco. As favas, a política, que a melhor dela é comer bem e Dona Orfélia Campana Michelis, ou simplesmente Dona Orfélia, não por ser minha mãe, era uma eximia cozinheira, de forno e fogão. Tradição de La Bella Itália, Dio mio, buon appetito lettitore, que as guloseimas da mama eram de comer rezando e através da sabatina do Correio, ela decidiu dividir com os leitores o seu cardápio variado e saboroso, diga-se depassagem. Em datas especiais, como a Páscoa, o Dia das Mães, o Natal, tanto a mesa farta da Cozinha da Dona Orfélia como a página eram ampliadas em receitas. A decana eterna dama da imprensa mato-grossense, top of mind do nosso lado do paraíso, aliás, ela se foi antes de receber esta justa comenda, mas a gente costuma dizer que a polaca Orfélia não morreu. Cediço o adágio, que pessoas queridas não morrem, não partem, não se perdem, não vão para longe e não nos esquecem; Apenas ultrapassam barreiras invisíveis para uma vida de luz, mais ampla, livre e serena e assim ela com certeza está além deste nosso paraíso, no celestial. A força desta minha expressão, é para registrar a presença forever da Dona Orfélia entre nós, quando sentamo-nos à mesa em sua cozinha, aquela távola retangular, o quadro da Santa Ceia, do anônimo pintor Ricardo, fixado na parede, a família quando reunida, seja no café matinal, no almoço, os bate-papos, tudo tem a marca inequívoca dela. Lembra-me os quindins quando era criança e a gente morava na Rua da Manga, ajudando ela na cozinha e lambendo os pirex com restos de doces e bolos, já era a Cozinha da Dona Orfélia. Como foi e sempre será nos fundos de nossa casa, nos arquivos do Correio Cacerense e na memória de todos nós. ****Rosane Michelis – Jornalista, bacharel em geografia e pós em turismo.
fonte: Rosane Michelis
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