Viver para Servir
Data:07/02/2018 - Hora:08h39
Quando fui indicada e convidada por um amigo para integrar as fileiras do Rotary Club em Cáceres, fiquei deveras lisonjeada e não pensei duas vezes, aceitei de pronto, sobretudo, por conhecer na teoria a política social da entidade, criada em 1905, pelo norte americano Paul Percy Harris e mais três companheiros de Chicago. Claro, que a Associação Nacional de Rotary Club’s, mais tarde denominado Rotary International, só veio a acontecer cinco anos após, em 1910, na primeira convenção.
O mote deste artigo me veio quando já associada ao clube me incumbiram de gravar um clip concitando companheiros a ampliar o quadro local com a indicação de um (a) novo (a) membro. Lembrei quando há mais de um século Harrys e seus amigos recrutavam , pessoas que refletiam a sociedade predominantemente masculina da época, para a composição do quadro associativo dos Rotary Clubs. Naquela época, dois artigos distintos, dos estatutos de Rotary determinavam que somente seriam admissíveis em Rotary como sócios, pessoas de maior idade e do sexo masculino. Nós, mulheres, seriamos apenas identificadas como damas rotarianas e mesmo com as mutações pós revolução industrial, quando a mulher começou a romper as fronteiras do preconceito social, se emancipar e participar em quase todas as atividades sociais e nas mais variadas atividades profissionais, no Rotary elas continuavam barradas, discriminadas pelos estatutos e relegadas a um segundo plano. Mas não estou aqui pra lamurias e sim, para mostrar que nas entrelinhas, a mulher rompeu estas barreiras e o trampolim, foi em 1938, a criação da Associação de Senhoras de Rotarianos e 10 anos depois, a Casa da Amizade da Família dos Rotarianos do Rio de Janeiro, a primeira do tipo no Brasil. O sucesso dos empreendimentos levou em 1972, alguns clubes solicitar permissão para admiti-las no Rotary e em 1977 o Rotary Club de Duarte, na Califórnia, EUA, admitiu mulheres em seu quadro social violando os Estatutos do RI e os Estatutos Prescritos para os Rotary Clubs, o que lhe custou a desativação, processo no Tribunal de Justiça da Califórnia e só em maio de 1987, a Suprema Corte dos Estados Unidos decidiu que Rotary Clubs não podiam impedir a admissão de mulheres em seu quadro social. O adendo um tanto prolongado, foi só pra explicar que a persistência vence e que independente de homens e ou mulheres, o importante é a pessoa, ser gente, participar, integrar, viver em solidariedade. Foi comungando os lemas Dar de Si Antes de Pensar em Si, e Mais se Beneficia Quem Melhor Serve, oficiais do clube da roda denteada, que me decidi em aceitar a indicação-convite e tornar-me uma rotariana. Acima de tudo, sou Cristã e o único mandamento, “amar à Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo,” referendam a filosofia de serviços que nós, do Rotary Club nos dispomos a praticar no cotidiano. ***___Rosane Michelis, jornalista, geógrafa, pós em turismo.
fonte: Rosane Michelis
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|