Vida a Um ao Cubo
Data:19/12/2017 - Hora:08h04
No começo da segunda década do século XXI, (calma, estamos nele) estimava-se que 277 milhões de pessoas vivessem sozinhas, em especial nos países mais ricos como Suécia, Noruega, Japão, Reino Unido e os EUA, consoante dados revelados por um estudo do Euromonitor International, publicado no The Guardian. Nesta verdadeira revolução social destacavam-se, e acredito, ainda estejam as mulheres, que até os anos 50 do século XX raramente viviam sozinhas e hoje caminham a passos largos para serem a maioria. E se, nos interstícios desta realidade, prevalece o preconceito de que viver só significa isolamento, tristeza, depressão, tal como prevalecem as pressões sociais para o casamento e a procriação, a verdade é que aqueles que optam pela vida a um, preferem falar dos prazeres e das compensações de ter um tempo e uma casa só para si. Falo isto por experiência própria e analisando pessoas a minha volta, que por qualquer motivo, decidiram pela vida a um. Nem sempre viver a dois significa estar á dois, sobretudo, pelos desdobramentos da vida moderna; a mulher não aceita há alguns anos, ser apenas do lar. Aquela, de que o homem deve trabalhar pra bancar a casa, a família, é chauvinismo, a obrigação é mutua e quando um dos cônjuges precisa se afastar por dever de oficio ou função, boa viagem, até breve! Apesar de sermos um animal gregário, as nossas necessidades de sociabilidade não passam necessariamente por vivermos acompanhados. Daí que, quanto mais facilidades têm os indivíduos de assegurar a sua subsistência, mais comum é a decisão de viver sozinho. Sejam divorciados, solteiros, viúvos, relações estáveis, mesmo casados (as), mas precisam por algum motivo viver cada uma em sua casa, sejam os intrépidos misantropos ou os solitários encartados, todos apontam esta experiência como positiva e não negativa. Não se surpreendam, existem pessoas que preferem ficar no seu espaço, a irem viver com familiares. Eric Kinenberg explica que são precisamente as pessoas que já passaram por períodos casados, a dois, no mesmo teto, e separados por períodos, as que mais valorizam essa experiência, curtindo os prazeres de dispor de um espaço só seu sem ter que obedecer às ordens e sensibilidades de ninguém. Claro, que com disciplina, responsabilidade e planejamento, a vida a um, conforme o cotidiano, pode virar Vida a Três: o trabalho, a saudade do outro (a) e a liberdade de fazer tudo o que não viola a integridade física e moral, da gente e de outrem. Neste jogo de Par ou Ímpar, o empate é sempre o melhor resultado, não precisando de coringa pra dar o cheque mate na tristeza e na solidão, que passam a larga, intimidadas pela proteção divina, reforçada em nossas orações e atos. Viram só, como é legal pacas, curtir a Vida a Um, com Três companhias saudáveis e Deus no comando das ações? Embarque nessa e tenha um Feliz Natal e Venturoso Ano Novo, que em 2018 a gente volta a conversar. ***___Rosane Michelis – Jornalista, bacharel em geografia e pós-graduada em Turismo.
fonte: Rosane Michelis
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