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Deus do céu, pleonasmo a parte, o Circo Caiu, fechou o pano e o Palhaço o que é? Considerando-se a atitude do parlamentar Francisco Everardo Oliveira Silva, o Tiririca que anteontem fez seu ultimo pronunciamento como deputado federal renunciando ao cargo em protesto contra a postura suspeita da Câmara Federal, o bicho tá feio mesmo. O tapa na cara de políticos safados que o palhaço Tiririca, (humilde e simples homem do povo, o cara de mais de um milhão de votos, deu), fosse em outros estaria doendo até agora, mas dizem que óleo de peroba ajuda a tirar a dor. E também, pra quem não tem brio, lições de moral não machucam, mas que o Tiririca chutou a bunda de muito deputado malandro, isso chutou, mostrando que palhaço honra a platéia, a bilheteria, o povo, o oposto do Circo de Brasília, onde estão os clowns encastelados nas mordomias bancadas pelo suor do trabalhador. Ele não disse nestas palavras, mas quem o conhece (nós tivemos a honra de conhecer o Chico Everardo em Sampa) sabe bem que ele se frustrou diante do deprimente, asqueroso e criminoso espetáculo dos politiqueiros. Quando citamos criminoso, não é exagero ou força de expressão, pois o político que apóia a malversação do erário e ou mete a mão e ou, se beneficia de desvios de recursos, é conivente e partícipe de suas conseqüências, seja a morte de inocentes em asfalto casca de ovo; de um óbito pela falta de urgente atendimento na saúde pública, etc. Tiririca com certeza presenciou fatos como este e em sua simplicidade, se calou enquanto agüentou, mas chega uma hora, amigos, em que a palhaçada dos ladravazes extrapola os limites. Vamos transcrever apenas o finalzinho do discurso do Tiririca: (ipsi-leter’s)- “Eu costumo dizer que o parlamentar trabalha muito e produz pouco. Agora... Não admito. A gente é bem pago. A gente tira livre R$ 23 mil se eu não me engano. Livre pra gente. A gente tem apartamento, direito a carro. Eu uso o meu carro. Eu não preciso do carro da Câmara. Mas a gente tem toda essa mordomia. Sem falar na carteirada que muitos de vocês dão. E eu ando de cabeça erguida, mas eu tenho certeza que eu já vi deputado se escondendo, porque para o povo, realmente isso aqui é uma vergonha e eu saio decepcionado”. E o humilde político sério, do povo, complementa: “O cara falou: 'você nunca subiu para dar um discurso'. Eu falei: 'cara, eu sou ator. Se eu quisesse subir ali para mentir...'. Ó, eu sem falar — é a primeira vez e a última vez que eu tô falando —, eu sem falar todas as duas minhas votações foram mais de um milhão de votos. Sem falar. Brincando e falando a verdade. Falando a verdade na brincadeira e é vergonhoso. Eu... Muitos dos senhores... Não sei, mas é vergonhoso. É uma vergonha muito grande.” Tem razão amigo Everardo, pra quem tem vergonha, você foi muito longe, teve saco de elefante pra suportar tantos canalhas traidores do povo, que vendem seu voto defendendo colegas ladrões, malas cheias de dinheiro sujo, não dá. Bem, a gente não ficou sabendo direito se o Tiririca chutou o penico de vez ou se apenas confessou-se fora da pocilga, pois no discurso, o deputado não esclareceu se a afirmação significa que ele renunciará ou que deixará de disputar eleições. Uma coisa é certa, diante de tanta hipocrisia, de vendilhões do povo ante uma justiça inerte, do poder podre e fétido rasgado em manchetes diárias dos meios sérios de comunicação, pior do que tá fica sim, Tiririca! 

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