Roda Mundo, Roda Pião
Data:13/11/2017 - Hora:08h28
Reprodução Web
Pois bem amigos, como dizia o imortal vivo Chico Buarque, “Tem dias que a gente se sente, Como quem partiu ou morreu, A gente estancou de repente, Ou foi o mundo então que cresceu, A gente quer ter voz ativa, No nosso destino mandar, Mas eis que chega a roda-viva
E carrega o destino pra lá,” então, né? A gente perde a voz ativa, não dá, e a comadre se revolta, porque o povo não sai mais nas ruas para protestar contra o Leviatã?... mas tudo tem uma explicação, Dona Maria, o povo se cansou de levar bordoadas da policia, spray de pimenta na cara, remar contra a maré num país cujo tsunami amoral destrói dia a dia o que ainda resta do que foi um dia. Pra quem não sabe, Hobbes nos dá uma clara noção do Leviatã, um rei com poderes absolutos que, pelo medo, governa a vida de todos, acima das leis, sem limites para suas ações com a falsa desculpa de garantir a vida, a prosperidade e a paz. Contudo, a história demonstrou que o uso da força, do autoritarismo e da repressão, geram sociedades em que prevalece a desigualdade, a instabilidade e o esvaziamento da discussão política. Nesta falência moral, a gentil pátria amada, o Estado: território, povo e soberania, reduzido a soberania, cujo território vai devagar e sempre, sendo rifado pelos soberanos a preço de bananas e o povo, que pague a diferença. Exemplos? Muitos, vários e diversos, não precisa ir longe: Há aproximadamente 15 dias, que o hospital municipal de Confresa, (norte de MT) não realiza cirurgias eletivas, por falta de recursos, que desde julho o governo não repassa; A Escola Estadual 13 de Maio, em Sorriso, recebeu da Seduc R$ 0,45 pra merenda escolar diária por aluno, convenhamos, não dá pra tomar meio chafezinho, imagine com bolachas! A Santa Casa de Misericórdia de Pontes e Lacerda paralisou o atendimento por falta de repasses do governo, quase R$ 2 milhões, atrasados há quatro meses. Chora Seu Zé, Dona Maria e as crianças, sem merenda, sem remédios, bancando o atendimento vip do ministro da saúde Ricardo Barros no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. O nosso empregado ministro, se sentiu mal e foi atendido no próprio hospital, passando por exame clínico, um eletrocardiograma e as cirurgias de cateterismo e angioplastia, tudo as custas do pobre trabalhador, nós, a gente, Seu Clemente. Estas são apenas umas das muitas coisas que acontecem no cotidiano do Leviatã Temerário, onde o voto de um deputado ou senador semi-analfabeto vale mais, que o de 11 doutores da Magna Corte Suprema de Justiça. Onde deputado expede alvará de soltura sobrepondo-se a juízes e fica o dito pelo não dito. Onde o povo leva fumo e o STF julga se mantém ou não, a proibição da fabricação e venda de cigarros com sabor artificial. Só pra finalizar, o governo de Mato Grosso chega a gastar dez vezes mais com um preso do que com um aluno por mês. Enquanto o custo mensal com um único detento (assaltante assassino e ou estuprador) chega a ser de R$ 5 mil/mês, o investimento em um estudante é de R$ 500,00/mês, em média, e durma-se com um barulho destes: semana passada, os detentos de Mato Grosso iniciaram uma greve de fome para cobrar melhorias nas estruturas das penitenciárias e nos serviços prestados pelo governo. Melhor a gente fazer um hiato e mudar de assunto na próxima edição; Bom Final de Semana, Será?
fonte: Da Redação
» COMENTÁRIOS
|
|
Publidicade
High Society
|