A Praça é Nossa
Data:21/10/2017 - Hora:07h47
Reprodução Web
Cronologicamente, o calendário registra neste final de semana e começo da próxima, várias datas comemorativas, a começar por este sábado, 21 de outubro, Dia do Contato Publicitário; Nacional da Alimentação na Escola e do Ecumenismo. Amanhã domingo, 22, Dia do Pára-quedista; do Enólogo; da Praça e Internacional de Atenção à Gagueira. Na segunda feira, 23, Dia da Força Aérea Brasileira e do Aviador. Como a gente é saudosista, escolhemos uma destas datas para o nosso bate-papo numa sopa de letrinhas deste sábado, a tradicional Praça, aquele logradouro especial dos encontros; dos pombos; da Dona Maria que vende pipocas e do Seu Zé do carrinho de algodão doce com bexigas nas varetas; enfim, a mesma praça, o mesmo banco, as mesmas flores e o mesmo jardim, como dizia Carlos Imperial naquela musica gravada pelo cabeludo Ronnie Von nos anos dourados. E por falar em Praça, a nossa Barão, que em 1883 era a da Matriz, recebia em fevereiro daquele ano, o Marco do Jauru, comemorativo do Tratado de Madri, de 1750. Outro logradouro que era a Travessa do Mercado e se transformou em Praça Major Carlos, nominada em homenagem ao pioneiro João Carlos Pereira Leite, uma espécie de senhor feudal da Fazenda Jacobina, onde nasceu em 4 de novembro de 1816, sendo braço direito de sua mãe Maria Josepha, na condução dos impérios Jacobina, Descalvado, Jauru, Cambará, por ele fundadas, e as várias sesmarias que compunham as terras de propriedade dos Pereira Leite na região. Mas a gente não está aqui pra discorrer sobre histórias, já fizemos isso com garbo, na edição dos 239 anos de Cáceres, nosso papo hoje, é praça, né mesmo, Seu Daud, que bota banca há muitos anos aí na Major Carlos! Já tentaram uma vez tirar as bancas de jornais e revistas das praças de Cáceres, coisa de jerico, que não pegou, como se dizia nos anos 40 do século XX, hómessa! E a gente sem pabulagem, Égua, que o trem pegou mesmo, vôte, como diz o cacerense, que se não tchovê, tem movimento na banca da praça, igual salão de barbeiro, ali se lava a roupa suja, é a sagrada boca maldita de gente bacana. São os tais senadinhos, meio fora de moda devido a má fama do senado da república (com letra minúscula mesmo), onde metade está de merda até o pescoço, atolados em corrupção. Tem também as praças sem bancas, das noites escuras propicias para malandragens e namoricos furtivos; de encosto dos pés-fofos (o coreto da pracinha da Cavalhada), da Salvai-nos Duque de Caxias, do esquisito, onde o pivete que furtou o celular da loira e escambou com uma paradinha cheira sua farinha batizada; da ponta de esquina, onde se ajuntam desocupados num tunguete particular; tem até aquela da feira, que de praça só tem o nome, enfim, praça é praça pra toda obra, mesmo sem retreta, sem banca, sem sanitário de fazer xixi. Neste detalhe, são todas elas aqui em Cáceres, da Barão, á Major, da Duque à da PM (exceto no Arraiá, os tais químicos), da COHAB Velha à Cavalhada e quem quiser se despertar, que se vire num boteco pra tirar água do joelho. Com ou sem atrativos, elas serão sempre Praças, como dizia o imortal poeta dos escravos Castro Alves; “A praça é do povo como o céu é do condor,” e depois de uma semana no batente aqui na redação, nada melhor que um banco de praça, pensando nela, sem dormir, né mesmo? Afinal, a Praça é Nossa, por enquanto.
fonte: Da Redação
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