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Prazer à La Carte
Data:19/10/2017 - Hora:08h40

Em matéria de voluptuosidade o Brasil, a Inglaterra, a França e os Estados Unidos mantém impressas as marcas profundas do modelo repressivo comum aos países das Américas latina e central, recentemente abandonado pela Europa. A história do orgasmo é, basicamente, a do corpo coberto, a dos desejos proibidos, a da carne prisioneira de tabus e moralidades de um passado, tantas vezes petrificado em imagens gastas. Houve uma evolução na alocação de mecanismos de controles das paixões psíquicas e dos desejos íntimos dos indivíduos, para colocá-los a serviço do grupo e da coletividade, graças à sublimação. O lema permanece ainda: não gozo, mas trabalho e consumo. Neste século, grupos desenvolvem estratégias para impor uma ética sexual baseada na recusa do prazer que se estende a todas as camadas da sociedade.

A urbanização crescente permitiu controlar mais de perto as trocas sexuais, antes disseminadas nas zonas rurais. Certas fobias em relação à masturbação se multiplicaram. Durante séculos, viveu-se numa dialética fecunda entre vício e virtude, atualmente perdida porque estamos submetidos à tirania do orgasmo. Embora, nos dias de hoje, a Igreja seja menos obedecida, nem por isso as coisas são mais simples. O livre-arbítrio continua limitado, agora, não mais por questões religiosas, mas por pressões sociais e culturais. “Radicalmente diferentes do passado – porque permissivas e já não repressivas -, tais pressões não deixam de orientar cada passo dos cidadãos, na busca do prazer à la carte numa época que consomem tudo, inclusive a si próprios”, destaca Mary del Priore, em favor de uma sexualidade plástica, estética, solúvel, vazia e plural.

Por outro lado, Michael Foucault, nos três volumes da História da Sexualidade, traz uma análise do pensamento humano e sua evolução, nos chamando atenção sobre o quanto somos influenciados pelos saberes da área jurídica, médica, econômica e pedagógica. Ele argumenta que tais saberes usam o discurso como estratégia. São ótimos livros para desconstruir alguns padrões de pensamento que trazemos internalizados sobre o sexo. Foucault nos faz refletir, o quanto ainda hoje, nos referimos ao sexo de maneira pudica da mesma forma que era nos séculos XVIII e XIV. Esse livro é uma reconstrução da idéia de que sexo deve ser mantido, de alguma forma, como algo nojento, sujo e causador de doenças. Talvez, para alguns, a leitura não seja muito fácil, pois Foucault tem essa característica que marca todas suas obras: a escrita técnica, com raciocínio construtivo, onde ele nos dá uma aula de história, nos remetendo ao momento ruim do obscurantismo medieval, que o sexo deixou de ser desejo e passou a ser patologia. Por isso, não é apenas uma tese, de que o sexo foi oprimido, retido, punido, mas também uma arqueologia da ciência e da história relacionando o sexo e o poder.***___Rubens Shirassu Júnior, escritor, poeta e pedagogo de Presidente Prudente, São Paulo. Autor, entre outros, de Religar às Origens (ensaios e artigos, 2011) e Sombras da Teia (contos, 2016).




fonte: Rubens Shirassu Júnior



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Também estreando idade nova, a sempre elegante, Carla Samartino, que neste sábado apaga velinha e recebe o carinho mais que especial dos familiares e rol de amigos. Sucessos, Saúde, Amor, Paz e Prosperidades, são os nossos votos para o novo ano.  A coluna de hoje é dedicada a amiga de longas datas, Fidelmaria Reis, que nesta semana recebeu quilométricas homenagens pela comemoração de mais um ano. Na oportunidade filhos, netos, amigos cantaram o tradicional Parabéns.  Nós da família do JCC desejamos que esse novo ano seja o melhor que já viveu. Feliz Aniversário! Celebrou data nova a linda Juliana Bruzzon que recebeu os calorosos abraços dos pais Amarildo e Zezé, dos amigos e familiares. Desejamos um ano pleno de alegrias e sonhos realizados.
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