Guerra do Trânsito
Data:26/09/2017 - Hora:08h47
Reprodução Web
Ontem, seria para se comemorar os vinte anos da criação do Dia Nacional do Trânsito, data simultânea a promulgação do Código Brasileiro de Trânsito no ano de 1997, consoante a lei 9.503 que surgiu para aumentar o rigor nas fiscalizações em vias de tráfego do Brasil e substituir a lei antiga datada de 1966. O objetivo era diminuir o número de acidentes no país, mas pelos dados que compilamos, não deu certo, ou seja, piorou, haja vista que segundo dados oficiais do Ministério da Saúde, a imprudência no trânsito mata cerca de 45 mil pessoas por ano no Brasil e deixa aproximadamente 600 mil com seqüelas permanentes. Ratificando a estatística fatal, significa que o país registra uma infeliz média de 123 mortes por dia neste setor, algo como as guerras do oriente médio ou terremotos da Ásia, ou como se a cada 24 horas caíssem quase dois aviões semelhantes ao que levava a delegação da Chapecoense. Além do trauma que a violência no trânsito deixa em quem perde um ente querido, ela provoca um profundo impacto social e econômico. E quando se vive um cenário de recessão como o atual, o custo da imprudência nas ruas e estradas chama ainda mais a atenção. Se considerarmos os gastos com o resgate, tratamento hospitalar e reabilitação das vítimas; conserto de equipamentos de trânsito danificados nessas ocorrências, custo do atendimento prestado pela polícia e bombeiros; além do reflexo com a perda de cidadãos em idade economicamente ativa, o valor apontado chega a R$ 56 bilhões. E veja o leitor que a estimativa apresentada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, considera como referência o ano de 2014, portanto desatualizada, para baixo, claro.
Os dados dessa pesquisa vão além de tão somente trazer quanto custa a violência no trânsito. Ela tem uma faceta ainda mais preocupante quando mostra que, ao aplicar essa quantia no suporte às vítimas de acidentes de trânsito, simplesmente deixa-se de ter verba suficiente para construir anualmente 28 mil escolas de educação básica ou 1.800 hospitais. A conclusão é que perdemos a oportunidade de tratar do tema ‘educação no trânsito’ no começo da vida do cidadão, nas escolas, o que beneficiaria a formação de uma geração mais consciente de seus deveres e do respeito às leis, especialmente às de trânsito. O cálculo fica ainda mais dramático quando se constata que o gasto com auxílios-doença, aposentadoria por invalidez e pensões por morte contabilizaram R$ 25,6 bilhões, no período entre 2003 a 2012 no Brasil, de acordo com a Previdência Social. Dados da Organização Mundial de Saúde, presentes em um estudo encomendado pela Secretaria de Políticas de Previdência Social, revelam ainda que na população de 15 a 29 anos, portanto, no ápice da idade economicamente ativa, os acidentes de trânsito são considerados a causa principal de morte no país, com os homens sendo oito em cada 10 vítimas dentro dessa faixa etária. Concluindo, a situação é grave e de nada adiantam campanhas com outdoor, camisetas, palestras, se não ampliar o rigor contra os assassinos do volante, prisão com fianças pesadas, cassar a CNH definitivamente, ressarcimento das despesas das vitimas e do estado, enfim, jogar pesado, porque jinglezinhos não atropelam a cambada que faz do carro uma arma.
fonte: Da Redação
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