Emendatio Donare
Data:22/09/2017 - Hora:09h34
Reprodução Web
Em meio à instabilidade e à divisão do Congresso em relação ao governo Michel Temer, os puxa-sacos de um lado se vendendo em troca de apoio e engavetar denuncias contra o xerife do planalto e a minoria tentando ganhar corpo pra sentar o acusado no banco dos réus, um tema une a classe política: a necessidade de uma reforma nas regras para as próximas eleições, principalmente, as que já estão batendo a porta, as municipais, um vestibular para as estaduais e federais de 2018. A indiarada corre contra o relógio já que pra valerem no ano que vem, as novas regras previstas para o pleito precisam ser aprovadas até 7 de outubro, ou seja, 12 meses antes das eleições do próximo ano. A questão das coligações, nem tão importantes de imediato, foram adiadas pras eleições de 2020, que é quando o bicho pega, haja vista que deputados estão se lixando pra vereadores, eles cuidam do próprio quintal e o resto que se dane. O que anda tirando o sono da cambada é o bereré, as pilas, a bufunfa, a grana, o faz-me rir, pra bancar as milionárias campanhas e assegurar reeleições, foros privilegiados e os cambaus, já que as doações de empresas e empreiteiras que engordavam malas, foram pro saco. Como é sabido, o Supremo Tribunal Federal decidiu recentemente por 8 votos a 3, declarar inconstitucionais normas que permitem a empresas doar para campanhas eleitorais, permitindo que pessoas físicas doem às campanhas. Pela lei, cada indivíduo pode contribuir com até 10% de seu rendimento no anterior ao pleito, porém como até mesmo parte da burguesia com tantos impostos comendo o lucro, e o ágio imposto aos pobres quer ver políticos concorrentes no inferno, não vai ser fácil garimpar nesta seara. Mesmo as eleições de prefeito e vereador não sendo de suma importância para o congresso, a sobreloja precisa de grana prá cevar os compadres do térreo, afinal eleitos em municípios, são cabos eleitorais em potencial ao pleito de 2018. Garantindo verba para os lacaios municipais em seus currais eleitorais, facilita a vaquinha gorda nas doações das proporcionais nacionais, mas persiste a dúvida, como beliscar um filé no prato dos particulares? Temerário confiar nas mãos e algibeiras fechadas, melhor ter uma segunda via e...Heureca: surge a proposta alternativa para a criação de um fundo eleitoral com dinheiro público, com o uso de no mínimo, 50% do valor destinado no orçamento das emendas de bancada para custear as campanhas. Bem pensado e urdido, afinal, as emendas são dinheiro para custear obras eleitorais nos currais, dissimulada compra de votos do povão, imoral, mas legal, oras; E, não é mixaria não, este ano, foram destinados R$ 6,1 bilhões neste tipo de emenda. E a cabeça maquiavélica alquimista, vai além, fazer a transferência para o fundo dos valores da compensação fiscal cedidos às emissoras de rádio e televisão que transmitem os programas partidários, que deixariam de existir, destinando-se os recursos para as campanhas. O montante equivalente à isenção fiscal para emissoras comerciais que hoje veiculam esses conteúdos, cerca de R$ 1 bilhão, abasteceria o fundo para financiar as campanhas! Gênio, Mané, pra que bancar horário político de novatos desconhecidos se os grandes já são conhecidos; se podem com parte dessa grana bancar o meio de campo e golear nas urnas em 2018! Truco, que a idéia é genial mesmo, mais fácil que mendigar 10% de doadores que já pagam 35% em impostos, se for evangélico, mais 10% de dizimo, a barra pesa! Brincadeira, a solução tá ali na cara, até o Presidente do Senado, Eunício Oliveira, defendeu a destinação de parte das emendas parlamentares de bancadas para abastecer um fundo responsável por bancar as campanhas eleitorais, então, pisa fundo, Seu Raimundo e que se dane o mundo! É esperar pra ver, Bom Dia, Será?
fonte: Da Redação
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