Hino Nacional Desafinado
Data:01/09/2017 - Hora:07h52
Vou tocar então o hino mais belo do mundo, respondi. E executei a Marselhesa, com garbo e acordes cheios. Ao terminar, executei em seguida o Hino Nacional Brasileiro, com o mesmo estilo, garbo e acordes cheios. Os gendarmes, que identificaram o Hino Brasileiro, disseram: ‘Realmente, são mesmo os dois mais belos Hinos Nacionais do mundo’. E assim terminou aquele recital. Recital para a Espiritualidade, para os Espíritos, que depois me deram provas de que ouviram e agradeceram. O que tem a ver o título deste artigo com o este intróito? Tem tudo a ver. É um prefácio necessário. Isto porque enquanto executava o Hino Nacional Brasileiro, um casal de idosos, em pé bem pertinho da lateral do piano, cada um com a mão direita espalmada no peito-coração, cantava toda a letra do nosso Hino. Eram dois brasileiros aposentados. Ela, trabalhou por 40 anos em Minas Gerais tratando de crianças excepcionais. Ele, também por 40 anos, deu aula de História em colégios particulares de Belo Horizonte. Com as aposentadorias, levantaram o FGTS. E com o dinheiro, realizaram a viagem que tanto sonharam: conhecer Paris. Sim, aquele casal podia cantar o Hino. Eram exemplos de bons brasileiros. Dedicaram suas vidas ao próximo. Prestaram relevantíssimos serviços à Nação. Sobreviveram do salário que cada um recebia. Salário sagrado. De pouca monta, é claro. Mas salário honrado. Já a grande e expressiva maioria dos parlamentares deste Brasil de ontem e de hoje não pode cantar o Hino Nacional. A todos faltam autoridade ética e moral. Eles também nem conhecem a letra do poema de Joaquim Osório Duque Estrada. Se conhecem, é apenas o estribilho. Mas nem aquele ‘Ó Pátria Amada, Idolatrada, Salve!, Salve!’, eles podem cantar. E se ousam cantar, balbuciam. Quanto às estrofes? Eles também nem sabem o que significa estrofe. Nem as conhecem. Logo na primeira, se lhes for ensinado e perguntado, não saberão dizer onde estão o sujeito e o objeto direto do ‘Ouviram do Ipiranga as margens plácidas, de um povo heróico o brado retumbante’. Aquele ‘Terra adorada, entre outras mil és tu Brasil ó Pátria amada’, eles destruíram. Para eles nem a Terra é adorada, nem o Brasil é Pátria amada. Eles não são patriotas, não pensam na Pátria, mas nos seus interesses pessoais e criminosos. Eles são corruptos.
Tem mais. Sentem horror e ódio daquela bela passagem que diz ‘Mas, se ergues da justiça a clava forte, verás que um filho teu não foge a luta, nem teme quem de adora a própria morte’. É um brado, uma ação, uma reação que só o povo brasileiro expressa e tem, por descrever uma arma contra a corrupção, a desordem, a mentira, a traição. E corruptos e poltrões não podem cantar o Hino Nacional Brasileiro. Todos eles devem ir para os cárceres, até a morte por apodrecimento. Também nem podem estar presentes em ambientes e locais onde o Hino é apenas tocado por execução instrumental. E se cantam, ou se estão presentes e não se retiram, é porque são desaforados, são traidores da Pátria. São piores do que os vendilhões do Templo, que Jesus os açoitou e dele expulsou, como nos conta não apenas um, mas todos os quatro evangelistas (Mateus, Marcos, Lucas e João). ***___Jorge Béja - Advogado no Rio de Janeiro e especialista em Responsabilidade Civil, Pública e Privada (UFRJ e Universidade de Paris, Sorbonne). Membro Efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB)
fonte: Jorge Béja
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