Pega-Pega
Data:15/08/2017 - Hora:08h11
Reprodução Web
O governo deve anunciar esta semana, (se é que já não anunciou, a semana começou anteontem!) o acréscimo de R$ 20 bilhões na meta fiscal. Com a frustração de receitas como da repatriação e do Refis e a arrecadação ainda incerta de concessões e leilões, ficou difícil para o governo cumprir o objetivo anterior estipulado para este ano. Havia uma discussão dentro da equipe econômica sobre o “timing” para a elevação da meta. O temor é de que uma mudança agora passe um sinal de afrouxamento tanto para os órgãos públicos quanto para o Congresso Nacional. Na verdade, o pega-pega no Palácio do Jaburu é uma zorra total, neste final de semana, três reuniões seguidas com o presidente e a alta cúpula política e econômica do governo, a última entrando pela noite de sábado mostram que a refixação da meta fiscal, aumentando o rombo previsto para as finanças do Leviatã, virou um imenso convescote de contas de chegar, onde o rigor técnico é o que menos importa. Primeiro, porque não se sabe exatamente de quanto será a despesa, porque já se concluiu que será necessário afrouxar o contingenciamento de gastos feito em março e reforçado mês passado.
Segundo, porque a arrecadação sobre a qual se tem certeza ou relativa certeza, é aquela que vem registrando um comportamento anêmico, justamente num período em que os planos orçamentários previam sua recuperação. E, terceiro, porque as receitas extraordinárias, que deveriam repetir este ano o resultado da repatriação de capitais do ano passado, que injetou R$ 36 bilhões nos cofres federais (além de R$ 11 bilhões nos estaduais e municipais) nem mesmo chegariam a este valor se dessem totalmente certo de agora em diante e os sinais são de que não vai dar: o Refis não passa como o governo projetou, o leilão das hidrelétricas pode ficar preso em questões judiciais e os leilões de petróleo são de pequena monta. Os cupinchas puxa-sacos e oportunistas políticos dizem ao xerife do Alvorada, é que aumentar a meta em R$ 20 bilhões, para deixá-la no mesmo nível do ano passado é uma jogada arriscada, porque pode obrigar a um novo pedido de ampliação do rombo ainda esta ano. No ou dá ou desce, em novembro ou dezembro, o xerife continuaria ainda mais refém das pressões do parlamento, que ele viciou no troca-troca, para o orçamento de 2018. Os manda-chuvas do Planalto, sabem muito bem, que uma ampliação maior que a dos R$ 20 bilhões já engolida pelo mercado pode gerar uma turbulência se tiver que representar um segundo passo atrás seguido do ex-dream team da economia e que isso terá o custo maior que deixar paralisar a máquina pública. Então, o exercício a que se dedicam agora tentar achar espaço para remanejar o que resta do orçamento, tirando de um e dando para outros, de tal maneira que ainda sobre algum para Temer negociar com os deputados no caso de vir uma segunda denúncia sólida de Rodrigo Janot. Podes crer, malandragem, é assim, com este me engana que eu gosto, que as finanças públicas estão sendo tratadas neste momento exato, nos salões do Palácio do Planalto. Como quem avisa amigo é, fica esperto, que no frigir dos ovos, pode sobrar pro nosso bolso, como sempre, né? Bom dia, Será?
fonte: Da Redação
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