Reforma Trapalhista
Data:13/07/2017 - Hora:10h05
A reforma trabalhista divide paixões tal qual um clássico de futebol, em que sobra gritaria e falta argumentação dos políticos pra esta safadeza extra, foi aprovada anteontem, (11). Embora as novas regras para virar lei, dependem da sanção do presidente Michel Temer, (oxalá ele seja declarado suspenso e afastado pelo congresso antes disso), esta maldita sanção, será com certeza absoluta, a sanção punitiva aos trabalhadores do reino tupiniquim. A reforma muda a lei trabalhista brasileira e traz novas definições sobre férias, jornada de trabalho e outras questões, regras em sua maioria benéficas aos patrões malandros e retrocesso aos direitos da classe trabalhadora, haja vista que muitos dos patrões ainda usam os métodos dos senhores de engenho no comando da escravidão urbana.Com mais esta sacanagem política do patropi, formou-se como era de esperar na tal Casa do Povo, onde o povo é recebido com spray de pimenta ao cobrar postura de seus empregados, os parlamentares, políticos defensores e críticos; a oposição bradando que a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) estava sendo rasgada e enterrada, enquanto a base governista e puxa-sacos de um governo agonizante porém carrasco, comemorava o golpe aplicado ao povo. Para quem vê em nossa critica algum exagero, não deve conhecer a extensão negativa da quase sancionada reforma trabalhista, rasgando a CLT e tentando implantar na caneta, uma reforma trapalhista, vale registrar o desabafo do ex-presidente Collor, de que tratando bem o trabalhador, o empresário sai no lucro. Collor mandou um recado a Temer e a todos os senadores que, acometidos de uma epidemia de insensatez, deram o ponta-pé (especialmente na bunda do pobre), ao afirmar que este ato, só tira mais ainda do trabalhador que já ganha tão pouco. E que a única coisa que essa reforma vai trazer é intranqüilidade social. Concordamos com Collor quando ele diz que o governo não fez uma reforma para beneficiar o trabalhador e sim agradar aos patrões, dando um ridículo tiro no pé, pois pagar menos e tirar direitos vai diminuir o consumo, vai diminuir a arrecadação da Previdência e vai diminuir a arrecadação de impostos. O leitor procure na integra o que deve mudar com a reforma trabalhista, ou melhor, trapalhista, e concluirá que ela não apenas rasga a CLT, ela desorganiza a sociedade, pois o liberalismo no mercado de trabalho desqualifica a educação formal do trabalhador. Sem estabilidade ou previsibilidade alguma, ele não terá incentivo pra se aprimorar ou se capacitar, hoje faz um bico aqui, amanhã será temporário ali. Com o previsível achatamento dos salários, o mercado interno se encolhe, o poder de compra desaba, a arrecadação cai e os serviços públicos evaporam. Só pra finalizar, importante lembrar que em economia, existe o conceito de “efeito multiplicador” para se designar determinadas ações ou atividades que induzem outras e que funcionam como alavancas da atividade econômica. O efeito multiplicador do emprego na indústria automobilística, por exemplo é, em média, de 1 para 10, ou seja, cada posto na indústria gera tantos outros nas fábricas de autopeças, oficinas, comércio, redes de financiamento etc. Esta malfadada, escandalosa e criminosa reforma trabalhista tem impulso contrário, a palavra não existe, mas ela apresenta uma espécie de efeito desmultiplicador muito forte, já que cada vaga perdida e cada carteira de trabalho descartada gera um corrosivo efeito cascata no tecido social difícil de ser calculado. O In-Fine, ela nos leva ao buraco, destrói laços societários, gera o cada-um-para-si e o todos contra todos, numa escala ainda maior. É a porta aberta para o individualismo, a falta de solidariedade e a competição selvagem por migalhas, o terreno do apagão nacional.
fonte: Da Redação
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