ENDOMETRIOSE
Data:08/07/2017 - Hora:07h07
Ilustrativa
A história da Medicina é pautada por descobertas e mudanças que delineiam a prática dessa ciência, que tanto nos fascina e que proporciona um desenvolvimento inequívoco e constante da sociedade.
Vejamos a expectativa de vida de 100 anos atrás e de agora, passando de 50 anos para quase 80 anos e com grande salto de qualidade!
Nesse sentido, em minha especialidade, alguns fatores modificaram a Ginecologia nos últimos 25 anos: Exames de Imagem (ultrassonografia e Ressonância Magnética), Cirurgia Minimamente Invasiva (laparoscopia e Histeroscopia) e o avanço tecnológico na Indústria Farmacêutica (hormônios Bioidênticos, Implantes Hormonais e etc).
Então vamos ao tema desse artigo que é a Endometriose, uma doença caracterizada pelo crescimento do endométrio, camada interna de revestimento do útero, fora de cavidade uterina, podendo atingir vários órgãos do corpo tais como ovário, trompas de falópio, intestino, bexiga e etc.
Ainda não se tem uma teoria que explique claramente por que algumas mulheres desenvolvem a doença e outras não, mas dentre as poucas certezas que temos, é que algumas mulheres quando menstruam, uma parte do sangramento sai pela vagina e outra parte cai na cavidade abdominal pelas trompas e devido essa menstruação retrógrada ocorre os implantes de endométrio fora da cavidade uterina. Também acredita-se que tenham fatores relacionados ao sistema imunológico já que não é incomum a paciente de endometriose ter outras doenças de cunha imunológico associado.
Essa é uma doença de altíssima prevalência podendo acometer aproximadamente 14% da população de mulheres em idade fértil e 40% das mulheres com história de dor pélvica no período menstrual, podendo chegar a 7.000.000 de mulheres jovens no Brasil.
A sintomatologia da mulher com endometriose é caracterizada primordialmente pela presença de dores tipo cólica, diarreia ou constipação intestinal, dores para urinar e aumento do fluxo no período menstrual, dores nas relações sexuais e/ou infertilidade. A associação desses sintomas a outras patologias como depressão, transtorno de ansiedade, fibromialgia e outros também bastante comum.
Devido as individualidades de cada caso o diagnóstico de Endometriose pode demorar até 8 anos para ser realizado, diagnostico esse que se inicia com a realização de uma consulta com coleta de todo o histórico menstrual e sintomatológico da paciente associado a um exame físico ginecológico dirigido e minucioso com posterior realização de exames de imagem sendo os melhores a ultrassonografia com preparo intestinal e/ou Ressonância Magnética de Pelve, mas o diagnostico definitivo só é dado através de exame anatomopatológico de biópsia realizada em procedimento de Videolaparoscopia Diagnóstica.
O tratamento da endometriose consiste basicamente em proporcionar a melhoria de qualidade de vida da paciente levando em consideração suas experiências, expectativas e desejos. Dentro dessa visão podemos oferecer dois tipos de conduta a clinica que consiste essencialmente no bloqueia da proliferação endometrial alcançado com mediações tais como anticoncepcionais hormonais orais e injetáveis, pílulas de progestágenos isolados, análogos de GNRH e Implantes Hormonais. E a cirúrgica que consiste na retirada de focos de endometriose fora da cavidade uterina.
Por: Dr. Laerte Basso - Ginecologista pós graduado em endometriose pelo Hospital Sírio Libanês de São Paulo e especialista em Implantes Hormonais
fonte: Dr. Laerte Basso
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