Celebrando 82 anos, a irmandade de Alcoólicos Anônimos, tem mantidas milhares de portas abertas em todo o mundo para acolher o alcoólico que ainda sofre. O álcool representa na atualidade, um dos maiores malefícios à saúde de homens e mulheres que podem ser ricos ou pobres, negros ou brancos, letrados ou analfabetos. Seu abuso traz consequências devastadoras, como o sofrimento da família, doenças em decorrência do uso abusivo e até mesmo a morte do alcoólico. O alcoolismo é uma doença progressiva que não pode ser curada.

Mas como ajudar o alcoólico que ainda sofre? Como melhorar suas expectativas? A única saída é estacionar o processo de beber, como uma espécie de insulina. Um alcóolico o será assim até a morte, de forma semelhante a um diabético, como bem traduziu o jornalista Jack Alexander, em artigo antológico escrito em 1941, que o referenda como um dos principais divulgadores dos sucessos de AA.

Certamente, pode-se dizer que são grandes as chances dos alcoólicos a desfrutarem de uma vida normal, se desejam sinceramente parar de beber. Quem segue o caminho cuidadosamente, dificilmente falha.

O AA pode ser considerado um método para tratamento de alcoolismo no qual os membros se ajudam mutuamente compartilhando suas experiências em sofrimento e recuperação. São homens e mulheres de várias idades, níveis sociais, econômicos e culturais, unidos por um laço de afinidade. Depois do despertar espiritual, alguns sentem que como se estivessem a viver pela primeira vez. Não é por menos, que médicos, agentes de saúde e juristas, têm indicado o AA a pacientes e réus.

Mas como o AA funciona? Com grande frequência, pessoas chegam às salas de AA, seja a convite, por pressão da família ou do trabalho ou por vontade própria ao procurar um dos canais disponíveis, como telefone ou internet, ou mesmo, a literatura de AA distribuída ao público. Muitos deles beberam até se virem forçados a compreender que tinham perdido o domínio sobre suas vidas. Outros, conseguiram parar antes que suas vidas se tornassem incontroláveis.

As máximas “eu pago com meu dinheiro”, “eu mereço relaxar” ou “quando eu quiser eu paro”, eram justificativas usadas por eles, que não passavam de mecanismos de autoengano. Vieram a perceber que a tão falada força de vontade, era eficaz apenas em outras situações, não funcionava na defesa do álcool.

É justamente a partir daí, que o A. A. sugere uma maneira sóbria de sair da cadeia de confusões e problemas causados pela bebida. Controlado o problema imediato, fica mais fácil resolver os outros. De maneira muito mais eficiente do que no período do uso. Como reforçam em seus depoimentos diários, o AA é um programa de reformulação de vida.

Se você tem um familiar ou amigo que sofre com a dependência do álcool, indique uma sala de AA. A irmandade de Alcoólicos Anônimos não impõe qualquer restrição a quem queira dela participar. O único requisito para se tornar membro de A.A. é o desejo de parar de beber. Mas se é você quem sente que o álcool se tornou um problema, pode acionar a Central de AA em Cuiabá e descobrir a sala mais perto de você, pelo telefone 3321-1020.

Em todas estas salas, você deve encontrar outras pessoas que desfrutam hoje dos benefícios do programa e que podem ajuda-lo ou ajudá-la a superar o alcoolismo. Há 82 anos, o AA tem sido uma alternativa para quem busca um novo caminho, um novo horizonte. Cada uma destas salas guarda muitas histórias de provação, mas sobretudo, de superação. Vida longa ao AA!

José Vieira é especialista em programas de prevenção ao uso indevido de substâncias psicoativas nas empresas e palestrante qualificado como conselheiro em dependência química pela Universidade Castelo Branco (RJ). Atualmente, integra a equipe da Limiar Consultoria

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