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3ª Guerra Mundial: uma questão de mercado
Data:21/04/2017 - Hora:09h18

Após o ataque dos Estados Unidos à Síria e, agora, com o deslocamento de um efetivo da Marinha americana para a região da Coreia do Norte, aguça-se o medo de uma parte da população de uma possível grande guerra mundial.

Esqueça. Essa é uma guerra que dificilmente terá uma nova edição.

Primeiro, porque as guerras mundiais anteriores aconteceram para conquistar recursos que, hoje, são facilmente negociados entre os países via OMC. A guerra mundial se tornou comercial.

Segundo, porque o próprio mercado bélico sabe que uma 3ª Guerra Mundial seria a última e, para eles, esse não é o objetivo.

Sim, por mais desumano que possa parecer, existe uma indústria bélica preocupada em abrir e manter novos mercados para seus produtos. E, para isso, são montados os “teatros de guerra”.

Após a Segunda Guerra Mundial, a indústria bélica cresceu e manteve-se com a Guerra Fria. Tanto as indústrias americanas quanto as soviéticas venderam armas para todas as nações do mundo. Até o Brasil teve seus momentos nesse mercado fornecendo equipamentos para o Iraque na década de 1980. Já, durante a Guerra Fria, novos teatros de guerra – menores e de cunho ideológico – foram montados para testar novas descobertas e manter o clima de dualidade. Coreia, Vietnã e Afeganistão, dos anos 1950 aos anos 1980, foram palco de testes de novas armas e medicamentos – e sustentaram o segmento.

Mas, com a queda da União Soviética, em 1991, os teatros de guerra formados apenas por ideologia política perderam força. De um lado, o mercado bélico americano viu seus estoques sem demanda e, na Rússia, um arsenal enorme passou para a mão dos “novos capitalistas” do país, originais dos quartéis e soviets de alta patente. Era preciso, então, criar novos mercados.

Assim, desde 1991, os novos teatros de guerra deixaram de ser ideológicos e passaram a ser étnico-religiosos, apoiados e catalisados pelas agências secretas (CIA e KGB) – que, de certa forma, tiveram que mudar sua essência de atuação face à nova realidade. A primeira transição entre teatros ideológicos para étnico-religiosos começou com a operação Tempestade no Deserto, em 1991, com a invasão no Iraque para tentar depor Saddam Hussein – que até então era somente um ditador opressor dos curdos. Depois, vieram Bósnia e Herzegovina e Somália – respectivamente de 1992 a 1995 e de 1991 a 1994. De 1996 a 2000, a segunda fase da guerra civil afegã; de 1991 até hoje, vários conflitos em países africanos.

Em 2001, após o ataque de 11 de setembro, os palcos de guerra deslocaram-se para o Afeganistão e, posteriormente, até o Iraque. Em 2010, os Estados Unidos mantiveram a ocupação, mas começaram a diminuir o efetivo nos dois países, com possível redução de demanda.

Em 2011, eclode o movimento Primavera Árabe, envolvendo Tunísia, Egito, Líbia e Síria. A “população” derruba os ditadores Zine El Abidine, Mubarak e Gaddafi. Na Síria, inicia-se uma guerra civil para derrubar Bashar Al-Assad.

Em 2013, como gasolina jogada no fogo, surge o Estado Islâmico, atuando na Síria e no Iraque – impondo a necessidade de mais estoque bélico.

Então, se analisarmos cronologicamente, percebemos que sempre quando se baixa a demanda por material bélico, novos teatros são formados. Novos mercados são “abertos”.

Agora, ao que parece, com o esgotamento financeiro e enfraquecimento do EI – que tinha uma atuação forte na Síria e Iraque – e sem um grupo de conflito étnico-religioso organizado como foi o Al-Qaeda, a indústria bélica, patrocinadora dos presidentes Trump, Putin e Jinping, tende a apostar em um novo acirramento ideológico para nova demanda de estoques, deixando o varejo de batalha (rifles, projéteis e pequenos mísseis) e partindo para uma venda mais atacadista, de maior tecnologia embarcada e com melhor rentabilidade por custo unitário. Prova disso foi a antecipação do teste de míssil russo Zircon, que alcança 7.400km/h, e o uso recente da MOAB GBU-34 no Afeganistão – fatos que devem acelerar a corrida armamentista no planeta.

Ou seja, o conflito na Síria deve estender-se por não mais de um ano – com a deposição de Bashar Al-Assad até novembro –, com uma possível ocupação conjunta dos Estados Unidos e Rússia, e a “reconstrução” desse país nos próximos anos, até que se “ecloda” um novo movimento de guerra. Uma possibilidade forte é a junção do Estado Islâmico com o Talibã no Afeganistão, concentrando o palco nesse país.

Então, por enquanto, a Coreia do Norte – dependente integralmente da China – tende a ser, por um bom tempo, o ponto de atenção, ebulição e até de acordo entre as novas potências. Mas, dificilmente, será o estopim de uma nova guerra mundial.

Afinal, quem lucraria com o fim do planeta?

 

Frederico Parma é publicitário




fonte: Frederico Parma é publicitário



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