De terceira opção a titular, Walace ganha vaga com personalidade e força
Data:16/08/2016 - Hora:08h45
Lucas Figueiredo/ MoWa Press
Walace não era a primeira opção de Rogério Micale para a seleção olímpica. Mesmo com a presença na Copa América sob o comando de Dunga, o volante não figurou entre os convocados iniciais para os Jogos do Rio de Janeiro. Ele só entrou na relação a poucos dias do início da preparação, no lugar do cortado Fred. Aos poucos, conquistou seu espaço: começou como reserva, entrou contra a Dinamarca e virou titular absoluto de uma equipe que está a duas vitórias da inédita medalha de ouro. Como isso aconteceu?
- A gente tem que estar sempre preparado, independentemente de ser convocado ou não, jogando ou não. O foco tem que estar no clube, por isso tem que estar preparado. Quando é solicitado pela seleção, o foco muda. Foquei na seleção e procurei ajudar da melhor maneira possível.
Titular absoluto do Grêmio e xodó de Dunga, Walace não tinha o mesmo prestígio com Micale. Sua convocação aconteceu muito por conta da facilidade de liberação num momento em que clubes europeus dificultavam ao máximo o trabalho da CBF. Com a lista definitiva, a ideia inicial do treinador era ter o gremista e Rodrigo Dourado como opções de contenção no meio – Thiago Maia, o titular inicial, atuaria mais avançado.
As coisas, porém, mudaram ao longo da Olimpíada. Na preparação, Walace foi a terceira opção: Maia era o titular, e Dourado teve algumas chances. Tanto que, quando o santista foi suspenso do jogo contra a Dinamarca, a opção natural seria a do colorado. Mas Walace, em melhor condição física e com um biotipo sem igual na seleção, foi o escolhido. Fez “partida praticamente perfeita” na concepção de Micale e seguiu como titular contra a Colômbia, mesmo com o retorno de Maia.
Pessoas próximas ao volante destacam a personalidade do jogador em condições adversas, algo que o ajudou, especialmente diante dos dinamarqueses, em partida que havia o risco de eliminação do Brasil.
- Micale explicou que o time teve bom desempenho contra a Dinamarca. A saída do Thiago era injusta, porque ele estava jogando muito, mas procurei manter o mesmo nível do futebol dele e acabei me saindo bem – disse o volante.
Força física ajuda contra Colômbia - A escolha por Walace contra a Colômbia ficou clara logo no início, quando os adversários abusaram das faltas e do jogo físico. O volante teve boa presença defensiva e deu segurança ao meio-campo, apesar dos pontapés cafeteiros.
- No primeiro tempo da Libertadores, contra o Rosário Central, foi parecido (risos). Mas não tanto. Acho que é a vontade dos dois de ganhar, e aí sobressaem algumas porradas (risos) – brincou o meio-campista.
Companheiro de Walace no meio-campo, Renato Augusto destacou a presença física do colega numa partida exigente neste aspecto. Para o veterano, a entrada do volante mudou a forma de o time jogar e colaborou no acerto da equipe.
- Com o Thiago Maia, a gente jogava no tripé, e o Felipe Anderson não tinha esse costume. A gente ficou um pouco torto. Com o Walace, ficam dois volantes lado a lado, é um pouco diferente. Ele é um jogador forte fisicamente, tem poder de marcação – analisou Renato.
De terceira opção a titular, Walace agora se prepara para o próximo compromisso da seleção olímpica. Na quarta-feira, o time enfrenta Honduras no Maracanã, às 13h (de Brasília), pela semifinal do torneio de futebol masculino.
fonte: Globo Esporte
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