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Tolerância zerada
Data:27/07/2016 - Hora:10h05
Todas as pessoas são seres milenares, dotados de inteligência, alma e emoção, iguais perante a criação e que de forma alguma devem ser avaliadas por qualquer condição ou situação social de apenas uma existência. Assim, alguém atualmente de baixo poder aquisitivo não pode nem deve ser excluído de um sistema, pela condição passageira de uma vida, haja vista, que o seu valor enquanto ser, inteiramente integrado no universo, é eterno e transcende o espaço do hoje e do agora. Numa observação supérflua e rápida, podemos constatar pessoas de elevado poder aquisitivo, vivendo da miséria emocional a base de psicotrópicos na tentativa de melhorar o ânimo, destituída de prazer pela vida, atrelando suas alegrias na experiência de satisfações temporárias e artificiais. A nossa passagem por esta vida é muito rápida, mas o suficiente longa para cometermos erros irreparáveis, julgando muitas vezes com extremo rigor e pouca tolerância, assumindo atitudes individualistas, que por vezes são dispensáveis ,simuladas e até agressivas ao círculo em que vivemos. Em geral o que nos leva a mecanizar e automatizar as nossas atitudes são porque elas comumente são formatadas e administradas dentro de um senso comum e lógico , desconsiderando as potencialidades próprias de cada ser em processo de desenvolvimento, computando apenas a observação momentânea, insuficiente para diferenciar o supérfluo do necessário e essencial à vida. Nos círculos sociais em que vivemos muitas pessoas se colocam acima das outras, simplesmente pelo poder relativo da riqueza material acumulada, esquecendo-se que ninguém está milimetricamente acima ou abaixo de ninguém. Na verdade elas se esquecem da relação fraternal e solidária , da igualdade e da amizade, instrumentos de extrema importância no ato de relacionar-se . E erroneamente, optam por todo tipo de discriminação e preconceitos nas relações sociais como forma de escudo e/ou defesa daquilo que supostamente acumularam , pois infelizmente no sistema capitalista em que vivemos , a todo instante somos classificados, pela nossa condição financeira, intelectual, estética, fama ou qualquer outro tipo de parâmetro social meramente ilustrativo . A ditadura do preconceito desponta em todas as classes sociais e lugares, dai a razão de percebermos a todo instante em nosso convívio , atitudes de desrespeito e desconsideração que constituem uma das mais drásticas e destrutivas mazelas nas relações da humanidade. Julgar alguém simplesmente pela aparência engessa a inteligência e faz gerar toda sorte de discriminação e descontrole .Desta forma, nesse jogo “segregador” de separação e escolhas de pessoas ou de grupos sociais, fatalmente podemos provocar infelicidades às pessoas, desencadeando lágrimas secas e invisíveis, e em consequência cultuarmos injustiças , ou até distorção de contextos , fomentando e violando direitos humanos. Portanto, enquanto vivermos pensando apenas no supérfluo, na vaidade do poder transitório e da acumulação de bens, classificando pessoas pela ótica dos interesses, com certeza o tédio, a angustia serão nossos parceiros mais íntimos e contínuos nos momentos de reflexões. A espiritualização do ser nos emprestará sempre recursos para que possamos aceitar e entender os nossos limites, a aceitar o outro com os seus acertos e desacertos valorizando cada fato com a singeleza e beleza perceptível apenas nas mínimas coisas que nos acontecem e que verdadeiramente nos tornarão melhores dia após dia. E, ainda nos permitirá perceber a existência sobre outro prisma, diferente daquele que costumeiramente o tínhamos, possibilitando-nos a certeza de que estamos em permanente construção e crescimento ,que perfeição não existe e que a tolerância para com os que nos cercam nunca poderá estar zerada.
Economista Wilson Carlos Fuáh – É Especialista em Recursos Humanos e Relações Sociais e Políticas. Fale com o Autor: wilsonfua@gmail.com fonte: Wilson Carlos Fuáh » COMENTÁRIOS
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